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O impacto do diagnóstico de autismo vivenciado pelas mães.

Processo: 24/00781-7
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Iniciação Científica
Data de Início da vigência: 01 de abril de 2024
Data de Término da vigência: 31 de dezembro de 2024
Área de conhecimento:Ciências Humanas - Psicologia
Pesquisador responsável:Jorge Luís Ferreira Abrão
Beneficiário:Helena Modesto Capellini
Instituição Sede: Faculdade de Ciências e Letras (FCL-ASSIS). Universidade Estadual Paulista (UNESP). Campus de Assis. Assis , SP, Brasil
Assunto(s):Transtorno autístico   Psicanálise
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:autismo | Autismo e família | Diagnóstico de autismo | Impacto do diagnóstico nas mães | Psicanálise | Psicologia | Psicanálise

Resumo

As ideias de Kanner ressoaram de forma significativa no desenvolvimento de teorias psicanalíticas sobre o autismo, o que levou a hipóteses com enfoque exagerado sobre as "mães-geladeiras" e explicações psicogênicas demasiadamente simplistas, isso ocorreu com os psicodinamicistas americanos, como o Bruno Bettelheim. Esse movimento gerou culpa e dor nos pais das crianças autistas, tendo sido base inclusive para a defesa de formas terapêuticas que afastassem as crianças de seus pais. O olhar psicanalítico acerca do autismo, proposto inicialmente com influências kannerianas, e tendo como representante Bruno Bettelheim, culpabiliza as mães à medida que as coloca como razão etiológica do quadro de autismo ou então, dos sintomas que garantem seu diagnóstico segundo os critérios do DSM-V e do CID-11. Nesse sentido, falha ao deixar de reconhecer as mães enquanto sujeitos que também são impactados pelos seus filhos, assim como o inverso também ocorre; a relação mãe-bebê é dinâmica e só pode existir dentro do vínculo propriamente dito. Historicamente, recaiu sobre as mães a responsabilidade sobre o quadro de autismo de seus filhos; assim, faz-se necessário que as novas formulações em psicanálise tenham a responsabilidade de retirar as mães do lugar que lhes foi imposto. Nesse sentido, o projeto de pesquisa em questão tem como ponto norteador o reconhecimento da vivência dessas mães, e por isso a escolha foi a de pensar como o diagnóstico pode impacta-las, em particular. Empreender pesquisas que considerem a vivência dessas mulheres, faz-se necessário no cenário atual. O presente projeto de pesquisa tem como objetivo compreender de qual forma o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA) impacta as mães das crianças com esse quadro nosográfico; possuindo caráter exploratório qualitativo, objetiva-se empreende-lo através da análise de entrevistas semiestruturadas, a partir do referencial teórico psicanalítico.A partir da exploração acerca da experiência materna em relação ao diagnóstico de TEA na criança, pretende-se ampliar as considerações acerca do transtorno e de seu impacto na família e em especial, nas mães. Realizar essa pesquisa através de entrevistas com mães é adotar uma posição de escuta ética que considera o discurso e a percepção dessas mulheres.Empreender esforços para a ampliação da compreensão acerca de como o quadro autismo e seu processo de diagnóstico afetam as mães dessas crianças constitui-se enquanto um instrumento importante de pesquisa, à medida que segue a tendência mais contemporânea em psicanálise de considerar a multiplicidade de fatores envolvidos na etiologia do autismo pois entende-se que a relação mãe-bebê é uma relação dinâmica de retroalimentação, onde ambos se afetam e são afetados; assim, pode-se considerar de fato a relação da díade ao se pensar o autismo.

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