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Poética do cotidiano, novidade literária e gênero em Eles e Elas, de Júlia Lopes de Almeida

Processo: 23/04123-1
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Pós-Doutorado
Data de Início da vigência: 01 de abril de 2024
Situação:Interrompido
Área de conhecimento:Linguística, Letras e Artes - Letras - Literatura Brasileira
Pesquisador responsável:Lucia Granja
Beneficiário:Ana Carolina Sá Teles
Instituição Sede: Instituto de Estudos da Linguagem (IEL). Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Campinas , SP, Brasil
Bolsa(s) vinculada(s):24/12788-6 - A questão da mulher na imprensa e na literatura Britânica e seu debate por Júlia Lopes de Almeida na virada do século, BE.EP.PD
Assunto(s):Jornalismo   Belle Époque   Crônica literária   Escritores   Gêneros literários
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Belle Époque | crônicas literárias | escritoras | Literatura e jornalismo | O Paiz | Literatura e jornalismo

Resumo

O Projeto investiga a novidade literária na obra Eles e elas (1910), de Júlia Lopes de Almeida. O livro, que reuniu textos literários publicados nos jornais, foi desclassificado do concurso de obras literárias da ABL em 1911 por ser composto de crônicas. Como escritora-jornalista, Júlia Lopes de Almeida saiu em defesa da própria coletânea, argumentando em sua coluna n'O Paiz que a obra apresentava um gênero novo para a literatura brasileira. Esse gênero podia ser definido como "ensaios de psicologia", ou ainda, "ensaios literários". O episódio da desclassificação de Eles e elas revela a indissociabilidade entre formas literárias e formas jornalísticas na virada do século, bem como a resistência à consagração de escritoras. Para fundamentar o debate, parte-se dos estudos de Marie-Ève Thérenty, Christine Planté, Dominique Kalifa, Philippe Régnier, Alain Vaillant, Lucia Granja, Tania Regina de Luca e Ana Cláudia Suriani da Silva em torno da relação entre literatura e jornalismo, especialmente no que concerne à produção de escritoras da Belle Époque. Pesquisas recentes de Marie-Ève Thérenty demonstram não apenas como o jornalismo e a literatura eram poéticas circulares no oitocentos francês, mas também como as restrições impostas ao gênero feminino realçavam a correspondência entre as duas modalidades de escrita. Além de mobilizar a relação entre literatura e jornalismo no entresséculos, a pesquisa se refere à relação entre literatura e áreas afins como filosofia, psicanálise, sociologia, no que tange às teorias de gênero, e à história das mulheres e da família. O Projeto se filia ao APR-2020/03648-5, da FAPESP, ao propor a renovação de problemas de pesquisa e de métodos que expandem a compreensão do campo literário no final do século 19 e no início do século 20 no Brasil. Dessa forma, aclaram-se os mecanismos de reconhecimento e de exclusão de escritores e escritoras, de acordo com a tese de Bourdieau sobre os múltiplos agentes em disputa por espaços e os diferentes graus de autonomização no campo literário. Os resultados da pesquisa contribuem para construir uma narrativa que resgata uma voz feminina emblemática da história da literatura brasileira. Também, revelam o aspecto moderno da obra Júlia Lopes de Almeida, em consonância com o cenário internacional, onde escritoras-jornalistas inovavam ao praticar a escrita da ficção e da atualidade nos interstícios entre os jornais e a literatura. (AU)

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