Plantas, paisagem e dieta: arqueobotânica e paleoecologia de Construtores de Cerritos no sul do Brasil

• Processo: 23/18000-9
• Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado
• Data de Início da vigência: 01 de junho de 2024
• Data de Término da vigência: 31 de março de 2028
• Área de conhecimento: Ciências Humanas - Arqueologia - Arqueologia Pré-histórica
• Pesquisador responsável: Jennifer Watling
• Beneficiário: Natália de Oliveira Tavares
• Instituição Sede: Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
• Assunto(s): Ecologia histórica Arqueobotânica
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: Bacia Hidrográfica Patos | Ecologia Histórica | fitólitos | Mirim | Palinomorfos | Reconstrução Paleoambiental | Teoria de Construção de Nichos Humanos | Arqueobotânica

Resumo

Os cerritos são sítios arqueológicos montículares, compostos predominantemente por terra, que ocorrem no bioma Pampa entre o sul do Brasil, Uruguai e nordeste da Argentina, entre ca 5 mil e 0.2 mil AP. Recentes pesquisas vêm demonstrando que a construção desses montículos está associada a estratégias de manejo ambiental na criação de paisagens domesticadas e nichos humanos. No que concerne ao papel das plantas, as evidências apontam para práticas de domesticação e manejo dos recursos vegetais silvestres. Na região sul do Brasil, compreendendo a bacia hidrográfica das Lagoas Patos e Mirim, a arqueobotânica dos cerritos é bastante incipiente, sendo praticamente desconhecidas evidências diretas sobre o uso das plantas na dieta. Tendo em vista esse cenário, a presente pesquisa busca compreender o sistema de produção de alimentos vegetais dos Construtores de Cerritos, assim como o impacto e o legado do manejo vegetal na estrutura de floresta pelas populações indígenas durante o Holoceno Tardio. Para tanto, serão produzidos dados arqueobotânicos a partir da análise de sedimentos de quatro sítios arqueológicos da Bacia Hidrográfica da Lagoa dos Patos e Mirim, sítios PSG-02 e PSGLF-02 na região do Canal São Gonçalo, e sítios Taim 11 e 14 na região da Estação Ecológica do Taim. Também serão analisados dados paleoecológicos a partir de amostras de sedimentos de fundo de duas lagoas próximas aos sítios, a Lagoa do Fragata e a Lagoa do Nicola, respectivamente. A expectativa é contribuir para o avanço das pesquisas arqueobotânicas na região e ao debate que tangencia a ecologia histórica das terras baixas sul-americanas.