Os romances da fase universal de José Saramago: a idade da pedra

• Processo: 09/16379-3
• Modalidade de apoio: Bolsas no Exterior - Pesquisa
• Data de Início da vigência: 01 de março de 2010
• Data de Término da vigência: 31 de julho de 2010
• Área de conhecimento: Linguística, Letras e Artes - Letras - Outras Literaturas Vernáculas
• Pesquisador responsável: Sandra Aparecida Ferreira
• Beneficiário: Sandra Aparecida Ferreira
• Pesquisador Anfitrião: Ana Paula dos Santos Duarte Arnaut
• Instituição Sede: Faculdade de Ciências e Letras (FCL-ASSIS). Universidade Estadual Paulista (UNESP). Campus de Assis. Assis , SP, Brasil
• Instituição Anfitriã: Universidade de Coimbra (UC), Portugal
• Assunto(s): Narrativa Romance
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: Fase Universal | José Saramago | Narrativa | Romance | Literatura Portuguesa

Resumo

O Ensaio Sobre a Cegueira é considerado um divisor de águas na produção romanesca de José Saramago. Antes do Ensaio, conforme o próprio romancista, tratou da "estátua"; a partir do referido romance, centrou-se na "pedra". A "estátua" é entendida como a fixação, a partir do patamar objetivo da história e da realidade circunstancial, das dissonâncias das experiências subjetivas. Em Ensaio sobre a Cegueira, essas dissonâncias assumem o patamar e convertem-se na "pedra" de que também tratam os quatro romances seguintes: Todos os nomes, A Caverna, Ensaio sobre a Lucidez e O Homem Duplicado. Compõe-se, assim, o painel da fase romanesca universal de José Saramago.A contribuição da pesquisa ora proposta à fortuna crítica de Saramago reside na circunscrição interpretativa da fase universal, por meio do estudo analítico-comparativo dos cinco romances que a constituem. Tal estudo evidenciará a presença de uma dicção narrativa pessoalíssima e de características constantes na composição de cada um dos romances estudados, convertendo-os em distintas manifestações de uma preocupação únicaPretendemos analisar como, por meio da releitura de símbolos e mitos - a exemplo de Anfitrião, da cegueira de Édipo, da busca do Graal, da caverna de Platão, da democracia, da imortalidade, entre outros - Saramago faz uma densa reflexão sobre os tempos contemporâneos, para sondar desvãos que denunciam como, em termos semelhantes aos de Fuerbach, nosso tempo prefere a imagem à coisa, a cópia ao original, a representação à realidade.Assim sendo, a pesquisa será orientada para a depreensão da marca narrativa que articula a variedade ficcional de cada romance estudado e os agrega sob uma rubrica comum, dando a conhecer quais recursos são configurados por esse romancista que, como as águas de Heráclito, sendo a cada vez outro, é sempre o mesmo. (AU)