Singularidades do luto por aids em viuvas.

• Processo: 97/14211-9
• Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado
• Data de Início da vigência: 01 de março de 1998
• Data de Término da vigência: 31 de maio de 2000
• Área de conhecimento: Ciências Humanas - Psicologia - Tratamento e Prevenção Psicológica
• Pesquisador responsável: Maria Helena Pereira Franco
• Beneficiário: Maria Cecilia Casali de Oliveira
• Instituição Sede: Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia Clínica. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). São Paulo , SP, Brasil
• Assunto(s): AIDS Mulheres
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: Aids | Luto Em Mulheres | Mulheres | Viuvas

Resumo

A partir da experiência de seis anos em atendimento a famílias afetadas pelo HiV/AIDS, como voluntária em uma organização não-governamentais, tenho visto que o impacto do diagnóstico da soro-positividade, em um ou ambos os membros de um casal, traz grandes desafios para as relações do casal e da família. O processo que se desenrola a partir disso envolve abertura para os familiares, alteração das relações pessoais, mobilização afetiva e social, luto antecipatório. A mulher, por ser o membro saudável ou por ser a esposa, tradicionalmente vista como cuidadora, assume a tarefa de reorganizar a si mesma e sua família. Ela cuida do marido doente, atende aos filhos e a casa, independentemente de sua condição soratógica. Em pouco tempo ocorrem diversas perdas: emprego, condição econômica, rede de apoio, saúde - só para citar algumas - culminando com a morte do marido. Nesse processo as mulheres ficam sós, carregando o peso da responsabilidade pelos filhos, além do estigma e das múltiplas perdas - elementos que são considerados agravantes do luto - e, muitas vezes, ainda têm de lidar com sua própria soropositividade. Essa condição especial vivida pelas mulheres tem recebido pouca atenção, apesar de haver um número cada vez maior de mulheres nessa situação. Esse estudo visa pesquisar as condições emocionais e familiares específicas da mulher (con)vivendo com a AIDS e com o luto decorrente do adoecimento e perda do parceiro/marido e suas conseqüências no sistema familiar, identificar e compreender os agravantes no processo de enlutamento e sugerir meios de aliviar a sobrecarga. A pesquisa será desenvolvida em duas etapas: a primeira consistindo em estudo extensivo com mulheres vivendo luto antecipatório ou luto por morte de marido decorrente de AIDS, utilizando questionários auto-aplicáveis; a segunda constituída por estudo intensivo com menor número de sujeitos, de modo a aprofundar as questões identificadas na primeira etapa. Espera-se desenvolver esse estudo em um prazo de dois anos. (AU)