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A Montanha dos Signos. Antonin Artaud no México pós-revolucionário dos anos 1930.

Texto completo
Autor(es):
Tânia Gomes Mendonça
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Gabriela Pellegrino Soares; Mary Anne Junqueira; Luiz Fernando Ramos
Orientador: Gabriela Pellegrino Soares
Resumo

Este trabalho propõe uma análise da viagem do artista francês Antonin Artaud ao México no ano de 1936. Por meio das correspondências e dos textos de Artaud produzidos neste país, pretende-se problematizar a sua concepção sobre a Revolução Mexicana e sobre os seus desdobramentos políticos e culturais durante os anos 1930, as suas ideias sobre as culturas indígenas e a sua relação com a realidade artística-intelectual mexicana. Parte-se da premissa de que o olhar de Artaud para o México foi formado por um ambiente intelectual e artístico marcado pelo Surrealismo, por um sentimento de crise da civilização europeia e por uma busca por formas de vida mais integradas entre o homem, a natureza e a arte. Artaud chega ao México em fevereiro de 1936 e permanece no país durante oito meses. Segundo suas próprias palavras, fora em busca do que ele denominaria de esoterismo mexicano o único que se apóia ainda sobre o sangue e a magnificência de uma terra cuja magia só os imitadores fanatizados da Europa podem ignorar. Durante a estadia, antes de ir à terra dos Tarahumaras, proferiu conferências na Escola Nacional Preparatória e escreveu artigos em jornais mexicanos a respeito do teatro europeu, do teatro mexicano, do movimento surrealista francês, das suas expectativas com relação à cultura indígena mexicana e da sua busca existencial como artista. No entanto, a sua visita ao México se dá justamente no período pós-revolucionário, durante o polêmico e marcante governo de Lázaro Cárdenas, no qual há uma radicalização da querela entre os artistas denominados universalistas e aqueles conhecidos como nacionalistas. Os primeiros, ao defenderem uma arte moderna e universal, preconizavam a arte europeia como matriz aspecto que Artaud repudiava e os segundos, ao afirmarem uma arte nacional, pura, utilizavam-se da cultura indígena como elemento unificador da nação, mas sem o respeito pela magia e pelo esoterismo indígena que Artaud tanto pregava. Daí as hipóteses para a falta de repercussão sobre o artista francês durante a sua permanência no país. Artaud também projetou sobre o México percepções que ele nutria a respeito do teatro. Idealizador do chamado Teatro da Crueldade, Artaud reconheceu no ritual do peyote praticado pelos índios tarahumaras no México uma vivência que se aproximava do seu projeto teatral (AU)

Processo FAPESP: 11/04629-5 - A Montanha de Signos: a busca de Antonin Artaud no México pós-revolucionário dos anos 1930
Beneficiário:Tânia Gomes Mendonça
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado