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Efeitos pulmonares da fumaça de cigarro associada ao particulado de diesel exaurido (DEP) em camundongos

Texto completo
Autor(es):
Petra de Mello Motta Arantes
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Medicina (FM/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Milton de Arruda Martins; Paolo José Cesare Biselli; Carla Máximo Prado; Kelly Yoshizaki
Orientador: Milton de Arruda Martins
Resumo

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é caracterizada por limitação de troca gasosa e considerada uma doença progressiva, não reversível e associada a uma resposta inflamatória anormal dos pulmões a partículas e gases nocivos, e com implicações extrapulmonares. A fumaça de cigarro (FC) é a principal causa, uma vez que 80% dos casos de DPOC estão associados ao tabagismo. A poluição atmosférica também é considerada um fator de risco para o desenvolvimento, aceleração, exacerbação e mortalidade na DPOC. Além disso, o material particulado resultante da queima do diesel (do inglês,Diesel Exhaust Particle - DEP) é a principal fonte de poluição atmosférica relacionado ao tráfego de veículos. Muitos estudos têm demonstrado efeitos nocivos da fumaça de cigarro e da poluição atmosférica para saúde humana, no entanto, poucos se referem à associação desses dois fatores. Considerando que um fumante em área urbana submete-se cotidianamente aos dois fatores exógenos simultaneamente, avaliamos os efeitos da associação da FC e do DEP proveniente de motores movidos a diesel na cidade de São Paulo, no desenvolvimento do enfisema pulmonar, durante 1, 3 e 6 meses de exposição. Os camundongos foram divididos em quinze grupos: controle (C); veículo (V) (NaCl 0,9%); DEP (30?g DEP em 10?L NaCl 0,9%/dia, 5 dias/semana); FC (expostos à FC 30 min/dia, 5 dias/semana); e FC+DEP. Avaliamos a mecânica respiratória; células inflamatórias no lavado broncoalveolar (LBA); intercepto linear médio (Lm) e morfometria e remodelamento: edema peribroncovascular, MMP-12, Mac-2, elastina e colágeno III. Houve um aumento significativo na resistência das vias aéreas em FC e FC+DEP, comparado ao V e DEP em 6 meses. Observamos aumento do Lm após 6 meses nos grupos FC, DEP e FC+DEP, comparado ao V. O número total de células no LBA e os macrófagos aumentaram após 3 meses de exposição à FC, e após 6 meses à FC ou DEP. No entanto, houve diminuição de células totais em FC+DEP, após 6 meses de exposição, comparado ao V. As células polimorfonucleares nas vias aéreas aumentaram após 3 e 6 meses, principalmente em DEP e FC+DEP. O edema peribroncovascular aumentou no grupo FC+DEP após 1 mês de exposição, em FC e DEP após 3 meses e em FC e FC+DEP após 6 meses. As proporções de elastina aumentaram nos grupos FC, DEP e FC+DEP; de colágeno III somente em FC+DEP; e a densidade de células MMP-12 positivas em FC, DEP e FC+DEP, e Mac-2 em DEP, todos após 6 meses de exposição. Portanto, a instalação da DPOC, com alargamento dos espaços alveolares, ocorreu após 6 meses de exposição independentemente das partículas exógenas inaladas. No entanto, não detectamos piora do enfisema quando os animais receberam inalação de ambos: FC+DEP. A análise do perfil celular mostrou aumento nas células inflamatórias após a exposição de FC ou DEP, por diferentes vias, enquanto a interação de FC+DEP mostrou um efeito aditivo, atenuando o processo inflamatório após os 6 meses de exposição, apesar de sua intensa atuação no remodelamento tecidual. Nosso trabalho corrobora para esclarecimentos dos efeitos aditivos da interação entre FC e DEP, mimetizando um fumante exposto à poluição atmosférica urbana. O esclarecimento sobre essa complexa interação ainda se faz necessário e é um vasto campo de pesquisa em doenças pulmonares (AU)

Processo FAPESP: 08/57121-6 - Analise temporal do remodelamento do parenquima pulmonar em camundongos c57bl6 em um modelo de exposicao a fumaca de cigarro
Beneficiário:Petra de Mello Motta Arantes
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado