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Heterogeneidade de formas plurais: uma abordagem de custos de transação revisada

Texto completo
Autor(es):
Paula Sarita Bigio Schnaider
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Maria Sylvia Macchione Saes; Sandro Cabral; Joseph Denis Claude Menard; Emmanuel Raynaud; Annie Royer; Decio Zylbersztajn
Orientador: Maria Sylvia Macchione Saes
Resumo

Esta tese aborda uma importante regularidade empírica que ainda não é muito bem compreendida: uma mesma empresa, em um determinado contexto institucional, simultaneamente se baseia em diferentes arranjos organizacionais para governar transações similares (ou idênticas). Seguindo os trabalhos de Bradach & Eccles (1989) e Menard (2013), trata-se este fenômeno como \"formas plurais\". A tese é composta por quatro capítulos, cada qual proporcionando abordagens diferentes, porém complementares, sobre a temática das formas plurais, e cada qual servindo como insumo para o próximo capítulo: a primeira metade desta tese permanece teórica, enquanto a segunda apresenta contribuições empíricas qualitativas distintas sobre o tema. No primeiro capítulo, pretende-se verificar o que foi teorizado sobre formas plurais e como este campo tem evoluído ao longo do tempo. Em especial, busca-se conhecer as múltiplas explicações teóricas sobre as razões por que as firmas adotam formas plurais, principalmente porque ainda não há um consenso sobre o assunto. Para tanto, realizam-se algumas análises bibliométricas por meio de um levantamento de dados na plataforma ISI Web of Science e qualitativamente revisam-se alguns artigos significativos sobre o assunto. Como resultado, tem-se que a combinação de especificidade de ativos e vários tipos de incerteza se encontra subjacente à maior parte das explicações utilizadas ao longo do tempo e destaca-se a ideia de que estas poderiam ser variáveis interessantes para um modelo de previsão de formas plurais. No segundo capítulo, busca-se compreender o que explica a variedade de formas plurais. No entanto, a fim de compreender tal variedade, constrói-se um modelo teórico integrando especificidade de ativos e incerteza para prever formas plurais e não plurais. Em seguida, enfatiza-se que estes arranjos são heterogêneos e, para manter a argumentação tratável, definem-se três categorias de formas plurais: \"entre\" (ou a combinação de diferentes modalidades de arranjos organizacionais), \"dentro\" (ou a combinação de arranjos híbridos ) e \"combo\" (ou a combinação de \"entre\" e \"dentro\"). As hipóteses relacionam cada um destes três tipos de formas plurais com as diferentes tipologias de incerteza (mercado, tecnológica e de avaliação de desempenho) que capturaram as dimensões essenciais deste conceito. Nos próximos dois capítulos, o modelo teórico e as hipóteses são confrontados com dados empíricos qualitativos relativos ao setor agroindustrial brasileiro. No terceiro capítulo, procura-se verificar se a combinação de incerteza e especificidade de ativos prevê o surgimento de formas plurais. Além disso, avalia-se se diferentes níveis de incerteza e de especificidade de ativos (combinados) determinam a seleção de arranjos organizacionais distintos. Para tanto, realiza-se um estudo de caso clínico \"embedded\" na empresa Korin, que produz e comercializa diversos produtos orgânicos. Analisa-se a aquisição de insumos distintos (milho comum e orgânico, soja comum, frango e ovos livres de antibióticos), tanto com formas plurais quanto com formas não plurais. Encontra-se suporte para o modelo e para a ideia de que diferentes níveis de especificidade de ativos e de incerteza levam à adoção de arranjos organizacionais distintos. No capítulo final, confronta-se empiricamente tanto o modelo teórico (ou seja, se a especificidade dos ativos e a incerteza preveem formas plurais ou não-plurais) quanto as hipóteses (ou seja, se os diferentes tipos de elevada incerteza, sujeitas a um determinado grau de especificidade de ativos, leva à diferentes tipos de formas plurais). Para tanto, examina-se a aquisição de insumos por 24 empresas que operam no agronegócio brasileiro e adquirem 11 insumos diferentes, tanto por meio de formas plurais como de formas não-plurais. Utiliza-se de um questionário escala de Likert de 4 pontos, capturando as variáveis teóricas e realizam-se algumas análises qualitativas. Encontra-se suporte empírico para o modelo teórico, e para algumas das hipóteses que explicam a diversidade, apontando um caminho para maiores investigações empíricas (AU)

Processo FAPESP: 11/23495-0 - Formas plurais: eficiência ou barganha?
Beneficiário:Paula Sarita Bigio Schnaider Nissimoff
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado