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Petróleo e território no Brasil: a evolução do sistema de engenharia petrolífero e a configuração de seu circuito espacial produtivo

Texto completo
Autor(es):
Miguel Vieira de Lima
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Marta Inez Medeiros Marques; Ricardo Abid Castillo; Fabio Betioli Contel; Pierre Alves Costa; Manoel Fernandes de Sousa Neto
Orientador: Antonio Carlos Robert Moraes
Resumo

Este estudo teve o objetivo de construir a trajetória de expansão da atividade petrolífera no território brasileiro. Tratou-se da fixação de sua materialidade produtiva, que confere uma determinada localização aos fluxos, consequência visível da valorização do espaço engendrada pela economia do petróleo. Algumas características evolutivas dos sistemas energéticos, como o conteúdo tecnocientífico, o elevado grau de conectividade e interdependência entre etapas e fluxos produtivos, além de sua especialização, concorrem para que se proponha sua observação enquanto um sistema de engenharia, atuante sob a forma de um circuito espacial produtivo. Com a valorização petrolífera da plataforma continental, o país passa a conhecer também uma nova configuração territorial. O circuito produtivo distribui-se de forma extremamente concentrada e desigual. O estado do Rio de Janeiro é o estado petroleiro do Brasil, de onde partem os comandos do circuito. Ao mesmo tempo, representa aproximadamente 50% das funções produtivas. São Paulo define-se pela centralidade do sistema logístico-industrial, detendo cerca de 40% de toda a capacidade de terminais e refinarias do Brasil. A zona costeira, no trecho que se estende entre os estados do Ceará e Rio Grande do Sul, constitui 96% das funções produtivas do circuito. A política recente de PD&I compreende um movimento importante de alargamento dos nexos de cooperação; embora concentrada, a veiculação dessa política tem produzido efeitos positivos, ao contrário do que se observa no caso dos royalties, cuja política, orientada por uma leitura deturpada do espaço, conduz a graves distorções espaciais. A existência de uma distribuição fortemente concentrada no espaço dos capitais petrolíferos, aliada à ausência de instrumentos que ampliem o controle social da política energética e que garantam maior democratização dos recursos gerados, correspondem a alguns dos desafios postos para um novo período marcado pelo paradigma do excedente. (AU)

Processo FAPESP: 12/12801-5 - Petróleo e território no Brasil
Beneficiário:Miguel Vieira de Lima
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado