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Influência da progesterona sobre a próstata do gerbilo (Meriones unguiculatus): interações com o estrógeno e com a testosterona = Progesterone influence on gerbil (Meriones unguiculatus) prostat e: interactions with estrogen and testosterone

Texto completo
Autor(es):
Ricardo Alexandre Fochi
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Biologia
Data de defesa:
Membros da banca:
Sebastião Roberto Taboga; Classius de Oliveira; Daniele Lisboa Ribeiro; Wagner José Fávaro; Luis Antonio Justulin Junior
Orientador: Sebastião Roberto Taboga
Resumo

A próstata, glândula do sistema genital que tem origem embrionária a partir do seio urogenital, não é exclusiva do sistema reprodutor masculino, sendo também encontrada em fêmeas de vários mamíferos, incluindo humanos e roedores. No macho ela pode apresentar-se altamente desenvolvida em razão da maior quantidade do hormônio testosterona, e, apesar de pouco desenvolvida em fêmeas, devido à baixa quantidade desse mesmo tipo hormonal, é uma glândula funcional. Em fêmeas adultas de gerbilos, a próstata possui uma localização parauretral, exibindo íntimo contato com a parede proximal e medial da uretra, a qual é homóloga a próstata ventral de roedores machos. Embora se conheça a influência da progesterona na fisiologia do sistema reprodutor feminino e masculino, poucos estudos exploram a sua influência, especificamente, sobre a glândula prostática. Desta forma, este trabalho avaliou os aspectos morfofuncionais da glândula prostática masculina e feminina, resultantes da influência da progesterona, e de suas interações com o estradiol e a testosterona. Para isso, gerbilos machos e fêmeas foram castrados cirurgicamente no início do período puberal, aos 45 dias de idade. Ao completarem 90 dias de idade, os gerbilos receberam doses subcutâneas de progesterona ou desse somado a estradiol e testosterona, durante 14 dias. Nos animais castrados de ambos os sexos a próstata mostrou uma morfologia regredida, com uma redução significativa na sua capacidade de secreção, da quantidade de células receptoras de androgênio (AR) e receptoras de estrógeno ? (ER?), porém sem alterar a marcação para receptor de estrógeno ? (ER?). Dessa forma, a castração cirúrgica foi bastante importante, uma vez que permitiu mimetizar de forma satisfatória um ambiente prostático com baixos níveis hormonais. Nos dois sexos, a administração de progesterona isoladamente conseguiu reverter alguns desses efeitos, com uma melhora considerável no padrão secretório da glândula, porém estruturalmente essas mudanças ocorreram de forma moderada. Nesses animais, foi observado um aumento expressivo dos ERs ? e ?, além da presença de células receptoras de progesterona (PR). Em relação aos ARs foi evidenciado que a progesterona pode apresentar características indutoras ou inibitórias dependendo da sua concentração. O tratamento, simultâneo com a progesterona, de estradiol e testosterona desencadeou uma reestruturação glandular mais intensa nos machos e fêmeas, resultando em hipertrofia e hiperplasia do epitélio e do estroma glandular, recuperação do padrão de secreção e amplitude alveolar. Essas características, no entanto, foram acompanhadas pelo surgimento de lesões prostáticas como neoplasias intraepiteliais e o surgimento de debris celulares. A interação da progesterona com o estradiol também regulou positivamente os AR, ER? e ER?, porém não apresentou qualquer efeito sobre os PRs quando comparado aos animais tratados somente com progesterona. Em adição, nesses animais houve um aumento acentuado da proliferação celular, o qual foi contrabalanceado pelo aumento também do índice de morte celular. Nos animais tratados com progesterona e testosterona, a próstata também se desenvolveu e mostrou um aumento das células AR-positivas e do índice apoptótico, havendo, entretanto uma redução dos ER?, ER? e PR. Dessa forma, é razoável concluir que a próstata feminina e masculina comporta-se de forma bastante semelhante frente à ação dos hormônios progesterona, estradiol e testosterona. Ademais, embora a progesterona apresente efeitos estruturais razoáveis na glândula prostática, a sua interação com o estrógeno e a testosterona é capaz de promover uma intensificação desses efeitos, sem recriar, porém um ambiente homeostático semelhante aos dos animais intactos. A progesterona também mostrou ser um fator regulador em potencial da atividade proliferativa e apoptótica prostática, opondo-se aos efeitos da testosterona e do estradiol. Outro fator importante é a descoberta de que a progesterona pode induzir ou inibir a presença de células AR-positivas na glândula, e que esse dualismo funcional é resultado do efeito dose-dependente desse hormônio sobre a próstata (AU)

Processo FAPESP: 08/11386-9 - INFLUÊNCIA DA PROGESTERONA SOBRE A PRÓSTATA DO GERBILO (Meriones unguiculatus): INTERAÇÕES COM O ESTRÓGENO E COM A TESTOSTERONA
Beneficiário:Ricardo Alexandre Fochi
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado