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Estrutura do trato genital e função reprodutiva da prole masculina e feminina de ratos expostos ao propionato de testosterona in útero e durante a lactação

Texto completo
Autor(es):
Marina Trevizan Guerra
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Biologia
Data de defesa:
Membros da banca:
Wilma De Grava Kempinas; João Lauro Viana de Camargo; Patricia Fernanda Felipe Pinheiro; Arielle Cristina Arena; Daniela Cristina Ceccatto Gerardin
Orientador: Wilma De Grava Kempinas
Resumo

Os desreguladores endócrinos são substâncias químicas que podem mimetizar ou antagonizar os hormônios endógenos, alterando o equilíbrio hormonal necessário para o desenvolvimento correto. Sabe-se que a exposição de organismos a agentes hormonalmente ativos durante períodos críticos do desenvolvimento pode levar a alterações permanentes detectadas somente na vida adulta. Em várias espécies animais estes compostos podem atingir o feto via placenta ou a prole, pelo leite materno. Embora pesquisas iniciais tenham focado em estrógenos e antiandrógenos ambientais, a presença de compostos com atividade androgênica tem sido descrita como contaminante em rios e animais destinados a alimentação. Vários estudos demonstraram que a exposição de animais a altos níveis de andrógenos durante o período perinatal pode causar alterações morfológicas, bioquímicas e funcionais permanentes em vários órgãos e sistemas. A exposição perinatal a andrógenos exógenos pode causar masculinização fisiológica e comportamental em fêmeas e levar a alterações reprodutivas em machos. O objetivo deste trabalho foi avaliar os possíveis efeitos da exposição a um agente androgênico sobre o sistema genital e a função reprodutiva de animais expostos durante períodos críticos de desenvolvimento. Para tanto, ratas prenhes foram alocadas em quatro grupos experimentais: controle, que recebeu somente óleo de milho (veículo), e tratados com propionato de testosterona nas doses de 0,05mg/kg, 0,1mg/kg, ou 0,2mg/kg. Os tratamentos foram realizados por via subcutânea, do dia gestacional 12 ao final da lactação. A prole feminina foi avaliada quanto ao número de células germinativas fetais, peso corpóreo e distância anogenital no dia pós-natal 1, número de mamilos, idade de instalação da puberdade, histologia uterina e ovariana, dosagens hormonais, comportamento sexual, fertilidade, níveis de receptores esteroides uterinos através de imunohistoquímica, assim como taxa de proliferação/morte celular uterina e testes uterotróficos. Nos filhotes do sexo masculino foram avaliados, na idade adulta e meia idade, a histologia testicular e epididimária, contagens, morfologia e motilidade espermáticas, dosagens hormonais, comportamento sexual e fertilidade. Os resultados demonstraram que em fêmeas, a exposição perinatal ao propionato de testosterona ocasionou alteração na intensidade de marcação dos receptores esteroides uterinos em todas as doses testadas, diminuição nos índices de proliferação e morte celular no tecido uterino nas doses de 0,1 e 0,2mg/kg e aumentou a predisposição uterina a responder a estímulos estrogênicos na dose de 0,1mg/kg e 0,2mg/kg. Entretanto, estas alterações não foram capazes de prejudicar a diferenciação sexual feminina e a fisiologia normal do sistema genital feminino. Em relação aos filhotes do sexo masculino, a exposição perinatal a andrógenos provocou redução na produção e nas reservas espermáticas na idade adulta, sem, contudo, alterar a fertilidade destes animais após acasalamentos naturais. Podemos concluir que a exposição perinatal a andrógenos, nas doses utilizadas neste experimento, provocou o aparecimento de alterações tardias no sistema genital feminino como modificações nos receptores esteroides uterinos e anormalidade na resposta a estímulos estrogênicos e, no sistema genital masculino, alterações na produção espermática. Estas repercussões, entretanto, não foram capazes de alterar o desempenho geral de fertilidade em ambos os sexos (AU)

Processo FAPESP: 09/00352-9 - Estrutura do trato genital e função reprodutiva de ratas expostas a propionato de testosterona in utero e durante a lactação
Beneficiário:Marina Trevizan Guerra
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado