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Participação do receptor de potencial transiente vanilóide do tipo 4 (TRPV4) e do melastatina do tipo 8 (TRPM8) nas disfunções miccionais do diabetes em camundongos

Texto completo
Autor(es):
Antonio Celso Saragossa Ramos Filho
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de Ciências Médicas
Data de defesa:
Membros da banca:
Edson Antunes; Maria Andréia Delbin; Jose Antonio Rocha Gontijo; Clélia Akiko Hiruma Lima; Andre Sampaio Pupo
Orientador: Edson Antunes
Resumo

Os receptores TRPV4 e TRPM8 são expressos no urotélio e em fibras aferentes sensitivas da bexiga. Fisiologicamente, a ativação mecânica do receptor TRPV4 na parede da bexiga participa do controle miccional. Em doenças de origem inflamatória, esses receptores adquirem funcionalidade importante. As disfunções da bexiga no diabetes podem estar associadas a alterações ao nível de detrusor, inervação e urotélio. A disfunção urotelial parece ser a responsável por desencadear as alterações neurais e musculares da bexiga. Assim, o objetivo do presente estudo foi investigar os mecanismos fisiopatológicos da ativação dos receptores TRPV4 e TRPM8 no estado diabético em camundongos. Para tanto, dividimos o estudo em duas etapas, sendo que na primeira avaliamos a participação dos receptores TRPV4 e TRPM8 nos mecanismos contráteis e relaxantes do detrusor isolado de animais controles e knockout para esses canais. Em uma segunda etapa estudamos a ativação desses canais em camundongos diabéticos pela injeção intraperitoneal de estreptozotocina (180 mg/Kg) por 4 semanas. Em fragmentos do detrusor isolados de camundongos mostramos que o agonista do receptor TRPV4, GSK1016790A, causou resposta contrátil dependente da concentração. Por outro lado, quando os tecidos foram contraídos com solução despolarizante de KCl, o GSK1016790A causou relaxamento da preparação. No detrusor isolado de animais TRPV4-/- verificamos hipercontratilidade ao carbacol (agonista muscarínico) e à estimulação elétrica, assim como redução no relaxamento ao agonista ?-adrenérgico não-seletivo, isoprenalina. Estes efeitos não foram obtidos com os antagonistas dos receptores TRPV4, RN1734 e HC067047. A indução do diabetes causou nocicepção mecânica e aumento da proporção entre bexiga e peso corpóreo após 4 semanas da injeção. A avaliação miccional dos animais diabéticos mostrou aumento da capacidade, frequência urinária e das contrações involuntárias da bexiga. Observamos ainda hipercontratilidade do detrusor ao carbacol, à estimulação elétrica e ao KCl. A indução do diabetes em animais TRPV4-/- não modificou as disfunções "in vivo" e "in vitro" observadas nos animais wyld type diabéticos, mostrando que a ausência crônica dos receptores TRPV4 desencadeia alterações miccionais que são anteriores as causadas pelo diabetes. Também verificamos que os animais TRPM8-/- não apresentam alteração na resposta contrátil ao carbacol e à estimulação elétrica. Por outro lado, o mentol, mas não a icilina, reduziu significativamente as respostas contráteis nestes animais. O mentol inibiu o influxo de cálcio extracelular em cultura de células da musculatura lisa da bexiga por mecanismo inibitório direto nos canais Cav1.2. O tratamento agudo com mentol, intraperitoneal e intravesical, atenuou as disfunções miccionais observadas nos camundongos diabéticos. "In vitro" o pré-tratamento com mentol reduziu a hipercontratilidade ao carbacol no grupo diabético, sem alterar a resposta no grupo controle. Concluímos que o mentol impede a resposta contrátil da bexiga por mecanismo independente do receptor TRPM8 bloqueando o influxo de cálcio extracelular nos canais Cav1,2, podendo ser utilizado como tratamento na hiperatividade de bexiga de origem miogênica (AU)

Processo FAPESP: 10/10553-9 - Participação do receptor de potencial transiente vanilóide do tipo 4 (TRPV4) nas disfunções miccionais do diabetes em camundongos
Beneficiário:Antonio Celso Saragossa Ramos Filho
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado