Busca avançada
Ano de início
Entree


Luz e sombra no écran: realidade, cinema e rua nas crônicas cariocas de 1894 a 1922

Texto completo
Autor(es):
Danielle Crepaldi Carvalho
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Estudos da Linguagem
Data de defesa:
Membros da banca:
Miriam Gárate; Eduardo Morettin; Arthur Autran Franco de Sá Neto; Orna Messer Levin; Jefferson Cano
Orientador: Miriam Gárate
Resumo

Esta tese compila e analisa a prosa cronística a respeito do kinetoscópio/ cinematógrafo, publicada em periódicos cariocas de 1894 a 1922 - dos primórdios dos media até o estabelecimento do cinema enquanto indústria sólida e arte. Debruça-se sobre uma questão candente postulada neste período que vai da entrada do kinetoscópio no Brasil até o burilamento do star system: aquela que diz respeito ao "realismo" cênico; passo fundamental na transformação do cinema norte-americano em uma das principais indústrias de seu país. O "realismo" das imagens em movimento, desde logo assinalado semanticamente pela denominação de "objetiva" atribuída às lentes que as captavam, enredou os cronistas desde a chegada do invento ao Brasil. O estudo centra-se no modo como esse realismo foi experimentado e pensado por escritores como Arthur Azevedo, Paulo Barreto/João do Rio, Olavo Bilac, Elvira Gama, Figueiredo Coimbra, Eva Canel, Baptista Coelho, Figueiredo Pimentel e Graça Aranha. O eixo da pesquisa visa a estabelecer como o kinetoscópio e o cinematógrafo moldaram o olhar dos cronistas à cidade e, em especial, às ruas do Rio de Janeiro, naqueles anos em que as vielas acanhadas da cidade provinciana transformavam-se em vias elegantes abertas como palcos, a convidarem a "sociedade" a trocar o âmbito privado pela flânerie pública. O trabalho procura analisar estruturalmente e tematicamente os textos cronísticos, no diálogo que estabeleceram com as produções cinematográficas vistas na capital. Lança-se, portanto, num trabalho interdisciplinar, que procura ler o cinema a partir das múltiplas relações estabelecidas com as produções culturais de seu tempo: o gênero teatral, a mise-en-scène dos museus, os panoramas pintados, o romance folhetinesco, a notícia jornalística, etc. Falamos, pois, de um percurso de mão dupla entre encenação e realidade, segundo o qual o "real" é encenado tendo-se por base convenções cênicas e literárias já solidificadas (AU)

Processo FAPESP: 10/50551-5 - Luz e sombra no Ecran: realidade, cinema e rua nas crônicas cariocas de 1894 a 1922
Beneficiário:Danielle Crepaldi Carvalho
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado