Crenças e fatores psicossociais determinantes da adesão aos antidiabéticos orais

Autor(es)

Fernanda Freire Jannuzzi

• Tipo de documento: Tese de Doutorado
• Imprenta: Campinas, SP.
• Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de Enfermagem
• Data de defesa: 2014-07-30

Membros da banca

Roberta Cunha Matheus Rodrigues; Carla Regina de Souza Teixeira; Mavilde da Luz Gonçalves Pedreira; Maria Cecilia Bueno Jayme Gallani; Maria Helena de Melo Lima

• Orientador: Roberta Cunha Matheus Rodrigues

Resumo

A adesão aos antidiabéticos orais é essencial para o controle metabólico do diabetes e pode evitar ou retardar o aparecimento de complicações da doença. Este estudo tem como objetivo identificar as crenças e os fatores psicossociais determinantes da adesão medicamentosa aos antidiabéticos orais. Utilizou-se o referencial teórico da Teoria do Comportamento Planejado. Fizeram parte deste estudo pacientes com diabetes do tipo 2 em uso de antidiabéticos orais, em seguimento ambulatorial. Trata-se de investigação composta por duas fases. Primeira etapa: estudo metodológico, envolvendo o levantamento das crenças relacionadas ao comportamento de aderir aos antidiabéticos orais, bem como a construção e validação de instrumento para identificação dos determinantes psicossociais do comportamento. As crenças foram levantadas junto a 17 pacientes diabéticos por meio de entrevista norteada pela aplicação de instrumento semiestruturado, criado com base nos pressupostos da teoria e variável adicional ao modelo. As entrevistas foram gravadas, transcritas na íntegra e submetidas à análise de conteúdo. Os achados desta etapa subsidiaram a construção de instrumento destinado a identificar os determinantes psicossociais do comportamento, que foi submetido à validade de conteúdo. Foi avaliada a confiabilidade do instrumento, por meio da consistência interna e estabilidade da medida, e a validade de construto. Segunda etapa: estudo preditivo, quantitativo, longitudinal destinado a levantar os fatores determinantes do comportamento de aderir aos antidiabéticos orais, envolvendo 157 sujeitos diabéticos. A coleta de dados foi composta por duas fases: por ocasião da abordagem inicial (T0) e dois meses após (T1). Em T0 foram obtidas as variáveis de caracterização sociodemográfica e clínica, medida subjetiva do comportamento de aderir aos antidiabéticos orais, bem como as medidas autorrelatadas de adesão medicamentosa (proporção de adesão e avaliação global da adesão) e de controle metabólico do diabetes. Foram também identificadas as variáveis psicossociais associadas ao comportamento: Intenção, Atitude, Norma Subjetiva e Controle Comportamental Percebido, por meio da aplicação do instrumento construído e validado na primeira etapa. Em T1, foram novamente obtidas as medidas: subjetiva do comportamento, adesão medicamentosa autorrelatada e controle metabólico. Os dados foram submetidos às análises: descritiva; de confiabilidade; de correlação entre as variáveis psicossociais e o comportamento; de comparação de médias; de regressão linear e logística. Emergiram crenças comportamentais relacionadas às vantagens e desvantagens do uso dos medicamentos, como a possibilidade de evitar complicações do diabetes, evitar ou retardar o uso de insulina e percepção de reações adversas. Evidenciou-se que os filhos e o médico são importantes referentes sociais que influenciam a adesão medicamentosa. Dentre os fatores que facilitam a adesão destacaram-se o acesso gratuito aos medicamentos e a sua tomada relacionada a marcadores temporais. A complexidade terapêutica foi considerada um fator que dificulta a adesão. A compreensão da forma de uso dos medicamentos e o esquecimento impactam a percepção da capacidade de aderir aos antidiabéticos orais. No estudo das variáveis determinantes da intenção, observou-se que a Atitude e a Norma Subjetiva juntas foram as variáveis que melhor explicaram a variabilidade da Intenção (30%). A Intenção contribuiu para aumentar as chances de adoção do Comportamento. O Comportamento Passado, quando acrescentado ao modelo de predição, foi o único fator explicativo da adesão. Os achados contribuem para a melhor compreensão deste fenômeno possibilitando a construção de intervenções que sejam efetivas na melhora da adesão do paciente diabético ao tratamento proposto (AU)

• Processo FAPESP: 12/05224-1 - Crenças e fatores psicossociais determinantes da adesão aos antidiabéticos orais
• Beneficiário: Fernanda Freire Jannuzzi
• Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado