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A estrutura da medula e sua influencia nas propriedades mecanicas e de cor do cabelo

Texto completo
Autor(es):
Rita de Cassia Comis Wagner
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Química
Data de defesa:
Membros da banca:
Maria Valeria Robles Velasco; Pedro Kunihiko Kiyohara; Nelson Eduardo Duran Caballero; Renato Atilio Jorge
Orientador: Ines Joekes
Resumo

O cabelo é uma estrutura protéica de queratina formada por quatro estruturas principais: as cutículas, o córtex, o cimento intercelular (CMC) e a medula. Esta última nem sempre está presente no fio e, por acreditar-se que sua influência nas propriedades da fibra é negligenciável, foi pouco estudada. Este trabalho almeja esclarecer as estruturas da medula e verificar sistematicamente se ela afeta alguma propriedade na fibra. Os fios medulados e sem medula provenientes do mesmo couro cabeludo foram identificados e separados em mechas utilizando um micro-estereoscópio. Encontraram-se dois tipos de medula (fina e grossa) que foram diferenciadas por microscopia eletrônica de varredura (MEV) e de transmissão (MET). A medula tem uma estrutura esponjosa composta por três unidades principais: a fibrilar (desalinhada com as fibrilas do córtex), os glóbulos e uma camada de CMC na interface com o córtex. Por MET constatou-se que a medula fina é morfologicamente diferente da medula grossa. A medula fina apresenta contraste, interface limitada pelo CMC, nenhum grânulo de melanina e menor diâmetro. A medula grossa apresenta mais glóbulos, bem como maiores dimensões das cavidades, alguns grânulos de melanina disformes e organização gradual das células de fora para dentro. Essas características morfológicas sugerem que a medula seria um córtex em estágio atrasado de formação. Utilizando-se um espectrofotômetro de refletância difusa (ERD), verificou-se que os fios com medula são mais escuros, menos vermelhos e menos amarelos que os fios sem medula oriundos do mesmo couro cabeludo. Sugere-se que as cavidades da medula causem o espalhamento e o confinamento de luz pela diferença de índice de refração com o córtex, diminuindo, então, a reflexão externa da fibra, já que praticamente não possui melanina. Para a mecha estudada, a diferença de cor total está em 4,7 unidades de cor e é visível a olho nu. A medula, então, deve ser considerada em estudos de cor, juntamente com as melaninas e as condições de preservação das cutículas. Já nas propriedades mecânicas, a medula causa uma maior heterogeneidade nas curvas de tensão-deformação, mas não muda os valores médios das propriedades estudadas. Os fios medulados são mais espessos que fios sem medula. Descontando-se o valor do diâmetro da medula do diâmetro total da fibra, têm-se valores aproximados aos dos fios sem medula. A heterogeneidade observada é proveniente da diferença percentual que o diâmetro da medula representa do diâmetro total da fibra. Observaram-se mudanças estruturais quando o cabelo com medula fina é submetido à imersão em SDS 10 % e à 75 °C, transformando-se em medula grossa após os tratamentos (AU)

Processo FAPESP: 03/13436-0 - Alteracoes na medula do cabelo devido a tratamentos cosmeticos suaves e implicacoes nas propriedades de cor da fibra.
Beneficiário:Rita de Cássia Comis Wagner
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado