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Ecologia do Alouatta fusca em floresta de encosta e de restinga no Sul do Brasil

Texto completo
Autor(es):
Marcos de Souza Fialho
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Biologia
Data de defesa:
Membros da banca:
Eleonore Zulnara Freire Setz; Júlio César Bicca Marques; João Semir
Orientador: Eleonore Zulnara Freire Setz
Resumo

Neste estudo comparei a ecologia do A. fusca em mata de encosta e de restinga no município de Porto Alegre, próximo ao limite sul de distribuição da espécie. A mata de encosta diferencia-se da mata de restinga por se assentar sobre um escudo cristalino, apresentando maior riqueza, eqüidade, e conseqüente diversidade, e altura média das árvores superior. A mata de restinga ocupa os cordões arenosos às margens do Lago Guaíba, apresentando muitas epífitas e figueiras. Ficus organensis e Coussapoa microcarpa compreendem 55,3% de sua Dominância relativa. Em 1998 e 1999 acompanhamos dois bandos, um em cada fisionomia, utilizando o método scan samp/ing. No verão foram realizados 483 horas de observação (1448 scans) dos bandos, e no inverno, 386 horas (1160 scans). O bando da restinga, em números absolutos, se alimentou de menos espécies em ambas estações (contudo a diferença não foi significativa), mas consumiu mais frutos durante o verão (59% dos registros de alimentação vs. 39%, P=0,016), em sua maioria frutos de Moraceae. Além de diversas lianas não identificadas, as espécies mais utilizadas pelo bando da encosta no verão foram F. organensis e Lonchocarpus sp. (46, 7%). Na mata de restinga destacaram-se F. organensis e C. microcarpa (66,5%). Já no inverno, Zanthoxy/um spp. responde pela maior parte dos registros na encosta e Diospyrus inconstans na restinga. Com respeito ao orçamento de atividades, no verão o bando da encosta apresentou maior tempo gasto em movimento, 8% vs 5% na restinga (P=0,012) e socialização, 4% vs 2% (P=0,003), entretanto o tempo em forrageio na restinga foi maior, 35% vs 27% (P=0,001). No inverno, não houve diferença. Na encosta, a área do bando variou entre 6,4 e 6,15 ha, com um percurso médio de 774 (:t136, n=10) e 394 (:t126, n=10) metros durante o verão e inverno, respectivamente. O bando da restinga utilizou a emsma área em ambas estações (4 há), percorrendo em média 640 (:!:.,77 , n=9) metros no verão e 338 (:!:.,77 , n=10) metros no inverno. Em termos gerais, os bandos adotam um comportamento alimentar mais generalista no inverno, paralelamente à uma diminuição na importância de frutos na dieta e, nos custos de procura do alimento. Nesta estação, provavelmente devido à menor diferença na disponibilidade de recursos entre as matas, as diferenças ecológicas se amenizam entre os bandos (AU)

Processo FAPESP: 98/03018-6 - Estudo comparativo da ecologia do alouatta fusca (geoffroy, 1812), em floresta semi-decidua e de restinga no sul do brasil.
Beneficiário:Marcos de Souza Fialho
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado