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Potenciais evocados auditivos de tronco encefálico e de longa latência em crianças com tronstornos do espectro do autismo

Texto completo
Autor(es):
Mariana Keiko Kamita
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Medicina (FM/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Carla Gentile Matas; Ivone Ferreira Neves Lobo; Alessandra Giannella Samelli; Maria Francisca Colella dos Santos
Orientador: Carla Gentile Matas
Resumo

Introdução: Indivíduos com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) apresentam prejuízos nas interações sociais, comunicação e comportamento, além de poderem apresentar alterações cognitivas e de linguagem. Tendo em vista que o desenvolvimento da linguagem depende do funcionamento adequado da via auditiva periférica e central, ressalta-se a importância da avaliação audiológica completa, em especial, da avaliação do Sistema Nervoso Auditivo Central nessa população, tanto no diagnóstico como durante o processo terapêutico. Objetivos: caracterizar o Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE) com estímulos clique e fala e o Potencial Evocado Auditivo de Longa Latência (PEALL) com estímulos tone burst e de fala, em indivíduos com TEA. Metodologia: participaram deste estudo 30 indivíduos na faixa etária de sete a 12 anos, de ambos os sexos, sendo 15 do grupo estudo (GE - crianças com diagnóstico de TEA) e 15 do grupo controle (GC - crianças com desenvolvimento típico - DT), pareados por sexo e idade. Foram realizados os seguintes procedimentos: anamnese, meatoscopia, avaliação audiológica básica (audiometria tonal, logoaudiometria e imitanciometria), e avaliação eletrofisiológica da audição (PEATE com estímulos clique e fala, e PEALL com estímulos tone burst e fala). Todos os exames foram realizados no Centro de Docência e Pesquisa do Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Resultados: No PEATE com estímulo clique, o valor médio de latência da onda I apresentou-se maior para orelha direita em ambos os grupos (valor-p = 0,037), ocorrendo assim o efeito orelha. Observou-se, também, que o interpico III - V no grupo com TEA foi maior do que o obtido no grupo com DT (valor-p = 0,046). No PEATE com estímulo de fala, a latência absoluta da onda V foi menor no grupo com TEA quando comparado ao grupo com DT (valor-p = 0,011). No PEALL, tanto para o estímulo tone burst quanto para o estímulo de fala, a latência do componente N1 foi maior na orelha direita (valor-p = 0,050), não sendo observada diferença significante entre os grupos tanto para os valores de latência quanto para os de amplitude dos componentes estudados. Conclusão: No que diz respeito ao PEATE clique, indivíduos com TEA apresentaram resultados sugestivos de alteração na via auditiva em tronco encefálico alto, indicando possíveis lesões ou disfunções do Sistema Nervoso Auditivo Central (SNAC). Com relação ao PEATE com estímulo de fala, pode-se concluir que a população de estudo apresentou codificação neural mais rápida da parte inicial do estímulo acústico (onset) quando comparada ao grupo com DT. Os resultados do PEALL não demonstraram alteração a nível cortical em indivíduos com TEA. Frente aos resultados obtidos, sugere-se novos estudos que realizem os exames eletrofisiológicos de curta e longa latência com um número maior de participantes (AU)

Processo FAPESP: 15/13239-7 - Potenciais evocados auditivos de tronco encefálico e de longa latência em crianças com transtornos do espectro do autismo
Beneficiário:Mariana Keiko Kamita
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado