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Atlas de avaliação de sustentabilidade: inovação em sistemas de apoio à tomada de decisão para o setor da cana-de-açúcar no Estado de São Paulo

Texto completo
Autor(es):
Alejandra Daniela Mendizábal Cortés
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: São Carlos.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Tadeu Fabrício Malheiros; Roberto Braga; Selma Simões de Castro; Marcos Alberto Lana; Stefan Sieber
Orientador: Tadeu Fabrício Malheiros
Resumo

O cultivo da cana-de-açúcar no Brasil é um dos principais pilares da economia do país, pois é um precursor de etanol, combustível renovável produzido em quantidades industriais como substituto de combustíveis fósseis. O Brasil produz cerca de 27.44% e 43% da produção mundial de etanol e açúcar, respectivamente. O Estado de São Paulo tem as condições ambientais e logísticas para a indústria da cana-de-açúcar, e ambas as características o tornaram o principal polo de produção no Brasil com 63.74% de açúcar e 48.23% de produções de etanol (RFA, 2017). Em São Paulo, o Zoneamento Agro-Ambiental (AENZ) estabelece as áreas onde a cana-de-açúcar pode ser plantada, considerando critérios ambientais. No entanto, ferramentas para avaliar as influências sobre os aspectos socioeconômicos dos municípios onde as culturas e indústrias de cana-deaçúcar estão inseridas são ainda superficiais. Considerando a importância da indústria da cana-de-açúcar para o Estado de São Paulo e Brasil, o Núcleo de Pesquisa e Extensão de Sustentabilidade e Saneamento iniciou diferentes investigações e esforços para estudar, analisar e prever os impactos e a sustentabilidade da indústria da cana-de-açúcar. Dentro desta linha geral de pesquisa, o foco foi sobre os impactos ambientais com ênfase em sua acumulação e sinergia, cenários de mudança climática, gerenciamento de conceito de sustentabilidade entre os stakeholders, governança do setor, avaliação de sustentabilidade de usinas, etc. Neste contexto, parece ser um passo necessário e conclusivo o desenvolvimento de uma ferramenta de avaliação de sustentabilidade, que permita a avaliação da indústria da cana-de-açúcar, respeitando as circunstâncias particulares de cada região. Portanto, o objetivo deste projeto é desenvolver um modelo de avaliação de sustentabilidade para a tomada de decisão do setor de cana-de-açúcar operacionalizado em um atlas. O modelo de avaliação de sustentabilidade inclui dezoito indicadores sobre questões de políticas municipais, ambientais, sociais e econômicas. Esses indicadores descrevem sete dos oito princípios de Gibson. Foram os princípios agrupados de acordo com a natureza de seus indicadores em três domínios (políticas ambientais, socioeconômicas e municipais) que finalmente compõem um índice de sustentabilidade. Alguns indicadores são considerados fatores de eliminação para evitar o trade-off entre princípios e domínios, porque mais do que limitar o próximo nível do cálculo, eles eliminam as situações insustentáveis, classificando-as como tal. No final, o atlas apresenta doze mapas que descrevem a distribuição de princípios, domínios e índice de sustentabilidade em todo o estado de São Paulo. Os resultados mostram que o setor de etanol de cana ainda enfrenta novos impactos ambientais e sociais, enquanto o Zoneamento Agroambiental apresenta uma contribuição limitada para a sustentabilidade. De acordo com o modelo, em relação às características ambientais (Domínio A), existem novas áreas onde a cana-de-açúcar deve ser proibida ou, pelo menos, se deve aumentar as exigências para a melhoria da qualidade da água. No entanto, metade do estado de São Paulo tem a condição ambiental para as cultivares de cana-de-açúcar. Em questões socioeconômicas (Domínio B), a maioria dos municípios apresentou desempenho moderado. No domínio C, poucos municípios atingiram o muito alto desempenho, enquanto o alto desempenho se destacou por ser o principal. Em ambos, o Domínio B e o Domínio C, moderado e alto são os desempenhos significativos dos municípios. O formato do atlas resulta em um instrumento útil, porque é fácil de entender, pode oferecer um contexto de estado completo e o contraste de regiões, além disso traz um resultado específico para cada município e, em caso de problemas ambientais, também apresenta detalhes mais precisos de acordo com os limites naturais. Finalmente, a análise de sensibilidade mostrou que os indicadores sociais explicam os resultados em 19.2%, enquanto os indicadores da política municipal influenciam 15.7% e os indicadores econômicos 6.7%. Os indicadores ambientais correspondem a 59.4%, com o indicador A3 (qualidade da água) representando 19.7%. (AU)

Processo FAPESP: 13/00141-3 - Atlas de sustentabilidade aplicado ao contexto do etanol no Brasil: inovação em sistemas de informação de apoio à decisão
Beneficiário:Alejandra Daniela Mendizábal Cortés
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado