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Cromossomo B: comportamento meiótico e padrões de segregação em Astatotilapia latifasciata

Texto completo
Autor(es):
Natália Bortholazzi Venturelli
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Botucatu. 2018-05-07.
Instituição: Universidade Estadual Paulista (Unesp). Instituto de Biociências. Botucatu
Data de defesa:
Orientador: Cesar Martins
Resumo

As células possuem um conjunto regular de cromossomos denominados cromossomos do complemento A e, eventualmente cromossomos extras a esse complemento. Uma destas classes de elementos extras é denominada de cromossomos B (Bs) e ocorrem em uma ampla diversidade de eucariotos incluindo fungos, plantas e animais. Desde sua descrição, os Bs tem atraído a atenção dos pesquisadores. Para ser classificado com um um cromossomo B, este deve apresentar algumas características como: ter uma morfologia distinta dos cromossomos As, número da cópia pode variar entre os indivíduos que o possuem, muitas vezes são heterocromáticos, não são homólogos ao complemento A, não se pareiam ou se recombinam aos As, e frequentemente exibem herança não-Mendeliana. Os cromossomos B tem sido descritos em diversos vertebrados, incluindo o peixe ciclídeo Astatotilapia latifasciata, natural dos lagos Kyoga e Nawampasa, lagos satélites ao lago Vitória no leste Africano, este ciclídeo possui 44 cromossomos e a presença de 1 a 2 cromossomos B. O objetivo deste trabalho foi investigar o comportamento meiótico dos cromossomos B via imunocoloração com anticorpos específicos contra proteínas do complexo sinaptonêmico, coesinas e modificações de histonas; cruzamentos direcionados entre machos e fêmeas com e sem B; e análise de expressão dos genes synaptonemal complex protein 2-like, mitochondrial cardiolipin hydrolase-like, separin-like, tubulin beta-1 chain-like e kinesin-like. A imunocoloração com os anticorpos H3K27me3 e H3K4me3 apresentou uma distribuição global na fase de paquíteno. Já o anticorpo H3K9ac apresentou-se de forma dispersa ao longo de todas as regiões da cromatina interfásica e mantido até o paquíteno da prófase I, onde está associada ao complexo sinaptonêmico. Utilizando-se da tecnologia de super resolução de iluminação estruturada (SIM) observamos, com o dobro da resolução, anticorpos específicos contra coesinas e proteínas do complexo sinaptonêmico. Todos os cromossomos, incluindo o B, apresentam a estrutura regular de complexo sinaptonêmico sendo estas fundamentais para garantir a progressão meiótica e a manutenção do cromossomo B na célula. A hipótese do auto pareamento do cromossomo B investigado foi confirmada e esse auto-pareamento é um mecanismo que possibilita que o cromossomo B se mantenha nas células durante a divisão meiótica. A partir dos dados de cruzamentos direcionados e análise estatística podemos inferir que existe um drive meiótico atuando na espécie A. latifasciata, sendo este mais intenso nas fêmeas. Além disso, a expressão de alguns genes presentes no cromossomo B apresentam-se mais intensa em fêmeas, evidênciando o envolvimento desses genes no controle da transmissão meiótica deste cromossomo. (AU)

Processo FAPESP: 13/25234-4 - Comportamento meiótico dos Cromossomos B do peixe ciclídeo Astatotilapia latifasciata, com base em análises de complexo sinaptonêmico e imunocitogenética
Beneficiário:Natália Bortholazzi Venturelli
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado