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Desenvolvimento do ELISA indireto com uso de proteína recombinante e estudo soroepidemiológico para infecção pelo coronavírus felino (FCoV)

Texto completo
Autor(es):
Ariani Cristina da Silva Almeida
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Botucatu. 2017-01-31.
Instituição: Universidade Estadual Paulista (Unesp). Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia. Botucatu
Data de defesa:
Orientador: João Pessoa Araújo Junior
Resumo

O Coronavírus felino (FCoV), ao infectar gatos domésticos (Felis catus), exibe uma patogenicidade bimodal, produzindo desde infecções entéricas subclínicas até a peritonite infecciosa felina (PIF), que é fatal para os gatos que a desenvolvem. A PIF é considerada uma das mais importantes doenças infecciosas dos felinos. O diagnóstico da pif não-efusiva (seca) é desafiador para ser estabelecido com o animal em vida, e o da pif efusiva (úmida) pode ser estabelecido através da associação de achados clínicos e resultados de exames laboratoriais. Técnicas sorológicas não fornecem um diagnóstico conclusivo, mas são ferramentas úteis e podem ser importantes no auxílio do manejo. O presente estudo teve como objetivos desenvolver um teste de ELISA indireto com uso do antígeno recombinante N (proteína de nucleocapsídeo) do FCoV, e também realizar um estudo soroepidemiológico para infecção pelo FCoV em gatos domésticos domiciliados da cidade de Botucatu, SP. Para o ELISA indireto o antígeno foi produzido através de clonagem e expressão em bactéria. Testes de concentração do antígeno e diluição dos soros foram realizados. Cento e cinquenta e uma amostras foram testadas. O ponto de corte foi determinado através do cálculo da média aritmética da A450 de 53 amostras negativas (testadas pelo kit ImmunoComb FCoV (FIP) – teste referência do estudo), mais 4 desvios padrão. Para o estudo soroepidemiológico, foram testadas as mesmas 151 amostras, agora pelo kit ImmunoComb FCoV (FIP) para detecção de anticorpos IgG anti-FCoV. Os fatores de risco analisados foram faixa etária, raça, gênero, condição reprodutiva, acesso à rua e modo de criação (solitário ou em grupo). A sensibilidade relativa do ELISA foi de 85,57%, a especificidade relativa de 94,44% e a acurácia relativa de 88,74%. Para o estudo soroepidemiológico observou-se uma soropositividade de 64,24% (97/151) pelo teste ImmunoComb FCoV (FIP). Não houve significância estatística em relação aos fatores de risco raça (p=1,000), gênero (p=0,0818) e viver solitário ou em grupo (p=0,8325). Já os fatores de risco faixa etária (p=0,0157), condição reprodutiva (p=0,0074) e acesso à rua (p=0,0001) apresentaram significância estatística quanto à soropositividade (para p-valores ≤ a 0,05). O Elisa indireto apresentou capacidade de interação com anticorpos anti-FCoV, através do antígeno produzido, e uma boa sensibilidade, especificidade e acurácia relativa, demonstrando eficiência e capacidade discriminatória. O estudo soroepidemiológico demonstrou que o FCoV está amplamente disseminado na população de gatos estudada. A soropositividade encontrada foi maior do que a esperada, uma vez que os gatos foram amostrados de domicílios e não de abrigos ou gatis. As diferenças estatísticas encontradas para os fatores de risco faixa etária, condição reprodutiva e acesso à rua ajudam a traçar um perfil epidemiológico desta população. (AU)

Processo FAPESP: 14/02994-6 - Investigação sorológica e análise de transcriptoma em gatos domésticos (Felis catus) naturalmente infectados por Coronavírus felino (FCoV)
Beneficiário:Ariani Cristina da Silva Almeida
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado