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Tudo junto e misturado, rolês e fluxos dos jovens das periferias: capital espacial construído por redes juvenis no campo da diversão e geometrias de poder na cidade

Texto completo
Autor(es):
Élvis Christian Madureira Ramos
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Presidente Prudente. 2017-06-19.
Instituição: Universidade Estadual Paulista (Unesp). Faculdade de Ciências e Tecnologia. Presidente Prudente
Data de defesa:
Orientador: Nécio Turra Neto
Resumo

Esta tese buscou compreender as estratégias socioespaciais dos jovens moradores das periferias de Bauru e Marília no campo da diversão. Revela que estes jovens, apesar de submetidos a uma condição de segregação e estigmatização territorial, constroem, através de suas redes sociais no âmbito da diversão, formas de compor seus circuitos de lazer, além de transporem a própria periferia. São práticas socioespaciais estimuladas tanto pelas injunções de uma economia de lazer dirigido, como também, a partir de conteúdos culturais que aterrissam em seus bairros, e pela qual são redefinidos por suas redes sociais e que favorecem a formação de diversas microculturas juvenis. O trabalho etnogeográfico possibilitou, além da descoberta de uma diversidade cultural na periferia, também o contato com algumas microculturas juvenis, a partir do qual se descortinou uma diversidade de estratégias que os jovens das periferias pobres realizam para saltar as escalas na cidade, afim de compor suas práticas no campo da diversão. Este campo oferece, igualmente, condições para as suas dissimilações, ou seja, na diversão, os jovens buscam se tornar visíveis na cidade, sair da condição de invisibilizados, projetarem suas expressões, performances e preferências de gosto numa escala maior que a dos seus locais de moradia. Contudo, ao se tornarem visíveis e móveis na cidade, entram também num campo de disputa territorial, não apenas sofrem constrangimentos, intimidações e cerceamentos de seus movimentos, mas também a violência simbólica, como formas de estigmatização e julgamento do gosto. E são essas assimetrias que configuram uma geometria de poder na cidade, onde estes jovens lutam pelo espaço e pelo direito de viverem sua condição juvenil. A pesquisa também revela que o capital espacial se torna imprescindível para suas territorialidades, ou seja, no horizonte de suas possibilidades objetivas encontram e articulam, através de suas redes, meios para se tornarem móveis na cidade, e assim, efetivamente criarem estratégias para saltar as escalas na cidade, para viverem seus enturmamentos e festas. (AU)

Processo FAPESP: 13/25894-4 - As práticas socioespaciais juvenis no lazer noturno nas cidades de bauru e marília.
Beneficiário:Élvis Christian Madureira Ramos
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado