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O Espaço da brincadeira nos contextos pré-escolar e escolar de crianças de quatro a seis anos, no Brasil e em Portugal

Texto completo
Autor(es):
Thaís Oliveira de Souza
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Assis. 2018-01-24.
Instituição: Universidade Estadual Paulista (Unesp). Faculdade de Ciências e Letras. Assis
Data de defesa:
Orientador: Elizabeth Piemonte Constantino
Resumo

O objetivo geral deste estudo foi de investigar como são produzidas as brincadeiras nos contextos pré-escolar e escolar, no Brasil e em Portugal, considerando as condições institucionais e as formas de brincar de crianças de quatro a seis anos, bem como, o papel da mediação da escola nesse processo. Para isso, buscamos levantar os recursos físicos e materiais disponíveis para a brincadeira e a organização espaço-temporal do brincar nas instituições; identificamos e analisamos os tipos de brincadeiras desenvolvidas nos diferentes contextos e como as crianças observadas concebem as atividades do brincar. Para realizar tal investigação elegemos a metodologia qualitativa baseada no referencial da Teoria Histórico-Cultural, considerando o desenvolvimento cultural um processo vivo. A pesquisa de campo foi desenvolvida em duas instituições brasileiras e uma portuguesa, em turmas do pré-escolar e do 1.º ano do Ensino Fundamental. O procedimento seguiu três etapas: a) entrevista individual semiestruturada com os dirigentes da instituição, a fim de caracterizá-la; b) observações participantes das brincadeiras, mediante utilização de um roteiro e preenchimento de fichas de observação, sendo todo o contato com o grupo de crianças registrado em diários de campo; c) entrevistas semiestruturadas com as crianças, a fim de complementar os dados da observação e levantar informações acerca das brincadeiras e preferências. Ao investigar o lugar do brincar na Educação Infantil e no Ensino Fundamental, após a Lei nº 11.274/06 no Brasil, constatamos que há variações do tempo de brincar entre as escolas e as turmas pesquisadas, nos dois países, o que demonstra que o horário de brincar é tanto determinado pela equipe gestora, como por cada educadora. Os principais resultados indicaram que, no Brasil, as crianças do pré-escolar brincam mais dentro da sala, do que fora dela, em momentos determinados pelas educadoras. Muitas brincadeiras são escolhidas e controladas pelas professoras. Em Portugal, as crianças do pré-escolar possuem mais liberdade para escolher o que querem brincar dentro da sala, sendo mais habitual episódios com o jogo protagonizado, visto que a própria sala possui uma área destinada ao brincar de faz-de-conta. Quanto ao 1.º ano do Ensino Fundamental, nos dois países, o brincar estava restrito ao período de intervalo e não contava com a organização e participação do adulto. Em relação aos tipos e conteúdos do brincar, não foram observadas acentuadas diferenças entre os países, o que pode ser explicado pela constante troca cultural existente entre Brasil e Portugal. Nos dois países verificamos atividades voltadas à alfabetização e ao letramento. Nas pré-escolas muitas atividades possuíam a intenção de transmitir conteúdos, sendo obrigatórias e geradoras de avaliações. Acreditamos que o papel do educador frente ao brincar deve ser o de mediador, no sentido de oportunizar variadas experiências, criar situações enriquecedoras e trazer novos elementos às brincadeiras, a fim de torná-las condizentes com os interesses e potencialidades das crianças, fazendo avançar o nível de seu desenvolvimento. Frente às diversas transformações na sociedade que diminuíram os espaços de brincar, a escola, local onde as crianças passam considerável tempo de suas vidas, precisa assegurar o tempo e espaço do brincar. (AU)

Processo FAPESP: 13/23046-6 - O Cuidar e o Educar: redimensionando o lugar da brincadeira no contexto escolar com crianças de quatro a seis anos
Beneficiário:Thaís Oliveira de Souza
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado