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Luta por reconhecimento ou luta por redistribuição?: o MNU e os dilemas do antirracismo no Brasil contemporâneo

Texto completo
Autor(es):
Márcio Henrique Casimiro Lopes Silva Santos
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Data de defesa:
Membros da banca:
Josué Pereira da Silva; Paulo Sérgio da Costa Neves; Jair Batista da Silva; Fernando Antonio Lourenço; Mário Augusto Medeiros da Silva
Orientador: Josué Pereira da Silva
Resumo

Esta pesquisa discute as estratégias de luta política empreendidas pelo movimento antirracista em geral e pelo Movimento Negro Unificado (MNU) em particular. Inicialmente, tais estratégias são discutidas a partir do enfoque sobre dois grandes grupos participantes da formação do MNU e, posteriormente, sobre os conflitos ampliados a partir desta relação. Para consecução deste objetivo tomou-se como pano de fundo o debate contemporâneo acerca das teorias do reconhecimento e, como principais fontes analisadas os jornais da imprensa negra, da grande mídia, documentos do MNU, como as resoluções de seus congressos e seus planos de ação. Entre os resultados apresentados, observou-se uma complexa articulação entre as lutas por reconhecimento e por redistribuição operada por um dos principais grupos que deram origem ao MNU, o Afro-Latino-América. Tais lutas foram traduzidas como estratégias políticas e discursos reunidos sob as denominações de identidade e socialismo, evidenciando-se uma densa articulação entre economia, política e cultura cuja representação fora prejudicada por análises e concepções oriundas do próprio movimento e da academia que buscaram distinguir, situar e classificar de modo fragmentário estas lutas a fim de afirmar sua especificidade, mas omitiram, com isto, a dinâmica dos processos sociais envolvidos. A estratégia de afirmação identitária, entendida e revelada pela ideia de negritude como a principal forma pela qual o movimento assimilou as mudanças ocorridas sobre as formas tradicionais de luta política a partir da segunda metade do século XX, carregava consigo uma das possibilidades centrais para o desenvolvimento de uma concepção essencialista de identidade. Esta, em grande medida, responsável por um longo e duradouro processo de desarticulação entre as lutas por reconhecimento e por redistribuição. Por fim, este processo conduziu parte da luta antirracista a circunscrever os horizontes da luta aos anseios pelo exercício pleno da cidadania, remontando à tese da insuficiência daquelas categorias na abordagem das lutas antirracistas (AU)

Processo FAPESP: 12/05807-7 - Luta por reconhecimento ou luta por redistribuição? O MNU e os dilemas do antirracismo no Brasil contemporâneo
Beneficiário:Márcio Henrique Casimiro Lopes Silva Santos
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado