Busca avançada
Ano de início
Entree


Análise filogeográfica de duas espécies do gênero Aglaoctenus (Araneae, Lycosidae)

Texto completo
Autor(es):
Fernanda von Hertwig Mascarenhas Fontes
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Biologia
Data de defesa:
Membros da banca:
Vera Nisaka Solferini; Marcos Roberto Dias Batista; Ana Maria Lima de Azeredo Espin; Evandro Marsola de Moraes; Fábio Sarubbi Raposo do Amaral
Orientador: Vera Nisaka Solferini
Resumo

Por sua grande biodiversidade e complexa história geológica, a América do Sul oferece diversas questões a serem abordadas com o uso de filogeografia. O objetivo deste estudo foi testar hipóteses sobre a diversificação biológica na região neotropical, contribuindo para compreender as consequências do estabelecimento de uma área de vegetação aberta na região central do continente que separa suas duas grandes florestas úmidas, a Amazônia e a Atlântica. Para obter diferentes perspectivas acerca desse cenário, estudamos os padrões filogeográficos de duas espécies de aranhas do gênero Aglaoctenus (Araneae, Lycosidae): A. lagotis, distribuída em uma variedade de fitofisionomias, e A. castaneus, de distribuição restrita aos biomas florestais, limitadas à região Neotropical da América do Sul. Para ambas realizamos estimativas de diversidade e estrutura genéticas, redes de haplótipos, inferências filogenéticas bayesianas e análises demográficas. Os resultados obtidos estão apresentados em dois manuscritos, correspondentes aos capítulos desta tese. No primeiro capítulo, intitulado "Insights on the Neotropical history provided by a multilocus phylogeographic study of the web spider Aglaoctenus lagotis (Araneae, Lycosidae)", analisamos 26 populações distribuídas desde a porção leste da Amazônia até o sul da Floresta Atlântica e combinamos o uso de três marcadores nucleares (ITS2, H3 e TIF5A) e um mitocondrial (COI). A diversificação dessa espécie teve início no Plioceno, mas a maior parte da estrutura genética originou-se no Pleistoceno, o que sugere que as oscilações climáticas desse período sejam importantes para este padrão. Os resultados também sugerem eventos distintos entre as porções tropical e subtropical da Floresta Atlântica. No Capítulo 2, "Padrão filogeográfico de Aglaoctenus castaneus (Araneae, Lycosidae) entre as Florestas Atlântica e Amazônica", seis populações foram analisadas usando-se dois marcadores moleculares (COI e ITS2). A grande estruturação entre os dois biomas sugere um papel vicariante para a diagonal seca; no entanto a divergência entre os clados correspondentes às duas florestas é muito posterior ao estabelecimento dessa região savânica, indicando manutenção de fluxo gênico entre populações das florestas até o Quaternário. As linhagens relacionadas a cada bioma também apresentaram estruturação, sugerindo que eventos em escala regional também contribuíram para moldar o atual padrão de diversidade da espécie. Nossos resultados concordam com o consenso geral de que a história dos biomas neotropicais é bastante complexa devido às grandes mudanças orogênicas e climáticas que influenciaram a paisagem da região ao longo do tempo e ressaltam a importância de utilizar diferentes organismos de ampla distribuição para elucidar questões biogeográficas nos Neotrópicos (AU)

Processo FAPESP: 11/17244-4 - Análise filogeográfica das espécies do gênero Aglaoctenus (Araneae, Lycosidae)
Beneficiário:Fernanda von Hertwig Mascarenhas Fontes
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado