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A quem serve a disponibilidade das mulheres?: relações entre gênero, trabalho e família

Texto completo
Autor(es):
Taís Viudes de Freitas
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Data de defesa:
Membros da banca:
Maria Lygia Quartim de Moraes; Claudia Maria França Mazzei Nogueira; Felícia Silva Picanço; Liliana Rolfsen Petrilli Segnini; Bárbara Castro
Orientador: Maria Lygia Quartim de Moraes
Resumo

A presente pesquisa analisa o modo como a flexibilização das relações de trabalho afeta a experiência de trabalhadores e trabalhadoras na esfera produtiva, bem como seus efeitos na vida cotidiana e familiar. Para isso, foca em duas atividades profissionais: a de operadora de teleatendimento e a de caixa de super/hipermercados. A escolha de ambos os segmentos se justifica pela forte presença de mulheres na força de trabalho e pelo fato de, neles, as empresas recorrerem a constantes ajustes na organização do trabalho, regulando-a de acordo com o fluxo de clientes e de produção. Essa prática adotada pelas empresas se insere em um amplo processo de flexibilização das relações de trabalho. No Brasil, mudanças na legislação trabalhista deram às empresas maior liberdade para demitir e contratar funcionários, alterar suas atividades, tornar o salário variável de acordo com o desempenho individual e prolongar, reduzir e modificar o tempo de trabalho. Com isso, os elementos centrais do trabalho tornam-se mais imprevisíveis e variáveis. Exigem-se dos trabalhadores e das trabalhadoras maior engajamento e disponibilidade à esfera produtiva, afetando o modo como estes vivenciam o trabalho e o sentido conferido a ele. No entanto, os efeitos dessas novas dinâmicas ultrapassam a esfera produtiva, incidindo também na vida cotidiana e familiar. Homens e mulheres não vivenciam esses efeitos da mesma maneira, sendo as mulheres particularmente afetadas pela flexibilidade. Fruto da divisão sexual do trabalho, elas estão fortemente presentes em postos de trabalho mal remunerados e menos qualificados, além de serem as principais responsáveis pelo trabalho doméstico e de cuidados nos lares. A necessidade de articular trabalho profissional e vida familiar é uma questão que segue circunscrita ao feminino. Nesta pesquisa, analisam-se as estratégias acionadas pelas mulheres para realizar essa articulação diante de um tempo de trabalho cada vez mais variável e de constantes mudanças promovidas pelas empresas em sua atividade, remuneração e jornada. A problemática da disponibilidade apareceu como elemento importante para compreender, no atual contexto, as relações entre trabalho, gênero e a articulação entre trabalho e família (AU)

Processo FAPESP: 11/06611-6 - Os desafios da articulação da vida profissional e familiar entre as trabalhadoras submetidas a horários flexíveis de trabalho
Beneficiário:Tais Viudes de Freitas
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado