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Limites do humor: o funcionamento discursivo da polêmica

Texto completo
Autor(es):
Alan Lobo de Souza
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Estudos da Linguagem
Data de defesa:
Membros da banca:
Sírio Possenti; Ana Cristina Carmelino; Anna Flora Brunelli; Suzy Maria Lagazzi; Márcio Antônio Gatti
Orientador: Sírio Possenti
Resumo

Nesta tese, busco examinar o debate sobre os limites do humor a partir das manifestações dos leitores publicadas na seção "Comentários" em versões eletrônicas de quatro jornais impressos que, em meio virtual, são os mais acessados e com maior número de comentários em suas colunas. São eles: os jornais eletrônicos brasileiros, Estadão e Folha, e dois dos maiores jornais franceses, Le Monde e Le Figaro. A análise compreende dois casos polêmicos: o debate sobre as publicações do jornal satírico francês Charlie Hebdo, em que se nota uma discussão sustentada por um atravessamento dos discursos políticos e religiosos na relação entre limites e liberdade de expressão no humor; e, no Brasil, o caso Rafinha Bastos ¿ um caso menos emblemático se comparado ao caso francês ¿ alimentado pela discussão em torno dos limites (atribuído ao discurso do politicamente correto) e da liberdade de expressão. A escolha pelos comentários, em vez das colunas dedicadas aos casos, deve-se, sobretudo, à observação de que o debate sobre o humor é engendrado a partir do constante enfrentamento observado nos comentários em meio eletrônico. Defendo a hipótese de que a esfera pública, assim recortada no espaço do comentário, é o lugar em que se manifesta a controvérsia na contemporaneidade. O ponto em comum aos casos é a discussão em torno do que não faz rir. E essa polêmica desdobra-se em dois debates distintos: de um lado, a tentativa de definir o que é humor (ter, ou não, graça é um dos argumentos utilizados por determinado grupo de comentadores), de outro, o questionamento de que esse humor deveria ter limites (isto é, se deveria ser divulgado em determinados horários, a que público, explorar quais temas ou se certos temas podem ser objeto de piada). Após a descrição e a análise desses debates, pude compreender que as práticas que constroem e mantêm o imaginário coletivo em relação aos limites do ato humorístico articulam-se de modos distintos: de um lado, a compreensão de que a trama das relações históricas envolvidas nas polêmicas promove uma discussão para além do campo do humor, e, de outro, a observação de que os dois debates são distintos e interdependentes. A partir dessas observações, estabeleço algumas considerações sobre o "político" nos discursos sobre o humor (AU)

Processo FAPESP: 13/05420-8 - Limites do humor: o funcionamento discursivo da polêmica
Beneficiário:Alan Lôbo de Souza
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado