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O papel das clareiras de deciduidade na dinâmica de comunidades arbóreas em florestas estacionais semidecíduas

Texto completo
Autor(es):
Aline Luisa Mansur
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Biologia
Data de defesa:
Membros da banca:
Flavio Antonio Maës dos Santos; Maíra de Campos Gorgulho Padgurschi; Sergius Gandolfi
Orientador: Flavio Antonio Maës dos Santos
Resumo

A Floresta Estacional Semidecídua (FES) é uma fitofisionomia da Mata Atlântica que tem como característica possuir 30 a 50 % das árvores que perdem total ou parcialmente suas folhas durante a estação seca, a qual pode estender-se entre abril e setembro. A queda foliar durante esse período faz com que os níveis de irradiância solar sob árvores decíduas sejam até 24 vezes maiores do que sob árvores sempre verdes, atingindo níveis de irradiância semelhantes aos encontrados em clareiras formadas pela queda de árvores, formando o que foi denominado de clareiras de deciduidade: áreas sob dossel decíduo onde os níveis de luz são maiores em relação a áreas sob dossel não decíduo. O presente estudo teve como objetivo investigar se clareiras de deciduidade são fatores determinantes da estrutura e composição da FES. Para verificar como a abertura de dossel varia ao longo do ano sob árvores decíduas e sempre verdes obtivemos fotos hemisféricas sob 24 árvores classificadas como decíduas, 55 como semidecíduas e 54 como sempre verdes. Para avaliar se clareiras de deciduidade afetam a estrutura e composição da vegetação, selecionamos árvores (árvores focais) cujas copas não eram encobertas por outras árvores como unidade amostral. Sob a copa de cada árvore focal, amostramos os indivíduos arbustivo-arbóreos a partir de 1 m de altura que cresciam sob 83 árvores decíduas (ou semidecíduas) e 59 sempre verdes e medimos a taxa de crescimento trimestral de 33 plantas sob árvores decíduas e 30 sob árvores perenes com diâmetro a altura do peito ? 5 cm. Não encontramos diferenças nos valores de abertura de dossel entre as árvores classificadas nos diferentes grupos fenológicos em nenhum período do ano. Os maiores valores de abertura de dossel ocorreram durante a estação seca para todas as fenologias, indicando que o incremento de luz no período das clareiras de deciduidade ocorre em todo o sub-bosque florestal e não somente em trechos diretamente sob a copa de árvores decíduas. Quanto à estrutura e composição de espécies de plantas sob a copa de árvores com diferentes fenologias, encontramos diferenças somente para plantas pequenas (Diâmetro a Altura do Solo < 5 cm). A densidade de plantas pequenas foi menor sob árvores decíduas do que sob árvores sempre verdes, o que pode estar relacionado a uma maior mortalidade ocasionada pela queda concentrada de serapilheira em sub-bosques decíduos. Não encontramos diferenças nas taxas de crescimento de árvores sob copas decíduas no período das clareiras de deciduidade, o que pode estar relacionado ao fato de que o incremento de luz é semelhante em sub-bosques decíduos e sempre-verdes no período da deciduidade. Concluímos que as diferenças que ocorreram na estrutura da vegetação de sub-bosques decíduos em comparação com sempre verdes são decorrentes de outras características associadas à queda concentrada de folhas sob árvores decíduas na estação seca que não o incremento de luz per se. Mesmo assim, estar sob copas decíduas ou sempre-verdes poderá afetar a dinâmica futura em FES (AU)

Processo FAPESP: 14/23440-9 - O papel das clareiras de deciduidade na dinâmica de comunidades arbóreas em florestas estacionais semidecíduas
Beneficiário:Aline Luisa Mansur
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado