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Sobrevida de pacientes com AIDS e coinfecção pelo bacilo da tuberculose nas regiões Sul e Sudeste do Brasil

Texto completo
Autor(es):
Márcio Cristiano de Melo
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de Ciências Médicas
Data de defesa:
Membros da banca:
Maria Rita Donalisio Cordeiro; Maria Amélia de Sousa Mascena Veras; Priscila Maria Stolses Bergamo Francisco; Adriano Marçal Pimenta; Juliana Luporini do Nascimento
Orientador: Maria Rita Donalisio Cordeiro
Resumo

O estudo da sobrevida de pessoas com AIDS permite avaliar a situação da epidemia, particularmente o impacto de medidas e políticas de intervenção. O uso da Terapia Antirretroviral de Alto Impacto (Highly Active Antiretroviral Therapy ¿ HAART) desde 1996 tem sido associado à maior sobrevida de pacientes com AIDS. A tuberculose é uma das principais doenças associadas à infecção pelo HIV, porém a sobrevida nos pacientes com coinfecção AIDS/Tuberculose não está bem estabelecida no Brasil. O objetivo deste trabalho foi analisar o tempo de sobrevida de pacientes com a coinfecção AIDS/Tuberculose segundo características sociodemográficas, epidemiológicas, clínicas e de utilização de serviços de saúde nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. Trata-se de um estudo de coorte retrospectivo de amostra de prontuários de indivíduos com 13 anos ou mais com diagnóstico de AIDS, notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação. A coorte foi formada com os casos notificados nos anos de 1998 e 1999 com seguimento de 10 anos. Dos 2091 casos de AIDS em maiores de 13 anos estudados, 517 (24,7%) tinham diagnóstico de tuberculose, sendo 379 (73,3%) do sexo masculino. Após análise das curvas de sobrevida pelo método Kaplan-Meier foi ajustado o modelo de regressão múltipla de Cox, o risco de morte entre os coinfectados foi 1,31 (IC 95%: 1,11-1,54) vezes dos não coinfectados. As variáveis que se associaram positivamente à maior sobrevida foram: sexo feminino (HR=0,81; IC 95%: 0,68-0,95), escolaridade superior a oito anos de estudo (HR=0,54; IC 95%: 0,37-0,78), critério diagnóstico CD4 (HR=0,55; IC 95%: 0,45-0,66) e ausência de câncer (HR=0,71; IC 95%: 0,52-0,98). As variáveis associadas negativamente à sobrevida foram: faixa etária maior de 60 anos (HR=3,20; IC 95%: 2,01-5,09), categoria de exposição sanguínea (HR=1,41; IC 95%: 1,18-1,70), uso irregular de ARV (HR=7,31; IC 95%: 5,87-9,10), não investigação sorológica para hepatite B (HR=1,79; IC 95%: 1,33-2,40), diagnóstico de tuberculose (HR=1,31; IC 95%: 1,11-1,53) e duas ou mais doenças oportunistas (HR=2,05; IC 95%: 1,65-2,54). Os pacientes com a coinfecção HIV-AIDS-Tuberculose tiveram menor sobrevivência que os sem a coinfecção. Para a região Sul, a sobrevivência acumulada foi de 71% nos não coinfectados e 62% nos coinfectados até 60 meses após o diagnóstico de AIDS. Na região Sudeste, a sobrevivência acumulada para o mesmo período foi de 74% e 58%, respectivamente para os não coinfectados e coinfectados. Apesar dos avanços alcançados nas políticas e serviços de atenção aos indivíduos com AIDS, alguns desafios permanecem, entre eles a superação das desigualdades de sobrevida, diagnóstico precoce e garantia de estratégias para disponibilidade e adesão ao tratamento tanto da AIDS como da tuberculose. Estas são doenças crônicas que exigem seguimento clínico e podem ser analisadas como marcadores da qualidade da atenção e sobrevida dos pacientes no Brasil (AU)

Processo FAPESP: 14/08068-6 - Sobrevida de pacientes com AIDS e coinfecção pelo bacilo da tuberculose nas regiões Sul e Sudeste
Beneficiário:Márcio Cristiano de Melo
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado