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Mulheres de Linhas: dos cantos femininos de fiação do Vale do Rio Urucuia ao processo de criação em dança

Texto completo
Autor(es):
Maria Fernanda Costa Miranda
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Artes
Data de defesa:
Membros da banca:
Jorge Luiz Schroeder; Ana Cristina Colla; Renata de Lima Silva
Orientador: Jorge Luiz Schroeder
Resumo

No sertão do Brasil central, morada de berço d'água, árvores tortas e medicinais, onde a poeira benze e o fogo faz renascer sua flora e fauna, existe um universo criado e mantido por mãos femininas. Um mundo de várias. Um mundo de linhas. Numa tecedura que atravessa como uma polifonia. Equipotência. Harmonia melódica das linhas. Linhas melódicas harmônicas. E nas linhas, fiações, tecelagens e bordados do sertão adentro dos Gerais, uma trama de narrativas femininas permeada por cantorias, musicalidade. Um modo de (re)existir como mulheres cerratenses. Sensibilizada, particularmente, pela musicalidade própria da cultura popular da região do cerrado, saí em busca das fiandeiras, tecelãs e bordadeiras do Vale do Rio Urucuia, região noroeste de Minas Gerais, para realizar uma pesquisa e criação em dança movida pela possibilidade de relação dialógica entre a dança e o canto a partir das noções de "campo vivido" e de "poetnografias dançadas" (SILVA; LIMA 2014) que resultaria no trabalho cênico Mulheres de Linhas. Relação essa instigada, num primeiro momento, pelo hibridismo entre as artes dentro do universo de nossa cultura popular e por essa "outra voz", na perspectiva dialógica e polifônica bakhtiniana (BAKHTIN, 2003), esse canto que aparecia então como voz equipotente com a dança, num diálogo dentro do enunciado artístico.A partir dos relatos e reflexões de uma travessia particular de pesquisa e criação cênica em dança, onde cantei, caminhei, dancei, fiei, bordei, teci, escrevi, vivi no encontro com essas mulheres das treze comunidades/vilas do Vale do Rio Urucuia que percorri, quase todas a pé, a presente dissertação de mestrado em artes da cena traz o entendimento e a tecedura de uma possível relação entre a dança e o canto em um processo de criação que estabelece como princípio de construção dramatúrgica o "campo vivido" sob a luz dos conceitos bakhtinianos sobre dialogia e polifonia (AU)

Processo FAPESP: 14/18903-0 - Nos cerrados de fios e cantos: apropriação do discurso musical em dança brasileira contemporânea
Beneficiário:Maria Fernanda Costa Miranda
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado