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Delimitação e descrição de espécies crí­pticas: lições da sistemática de Aurelia (Cnidaria, Scyphozoa)

Texto completo
Autor(es):
Jonathan Wanderley Lawley
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Instituto de Biociências (IBIOC/SB)
Data de defesa:
Membros da banca:
André Carrara Morandini; Verônica Mantovani Bueno; Cristina Yumi Miyaki
Orientador: André Carrara Morandini
Resumo

A delimitação e descrição de espécies, as unidades fundamentais da biologia, tem intrigado cientistas por séculos. Suas identidades eram tradicionalmente reconhecidas com base na distribuição, ecologia e, acima de tudo, na morfologia. Dados moleculares recentemente entraram em cena, e hoje formam um importante componente na maioria dos estudos de sistemática. Muitos métodos foram rapidamente elaborados e aplicados para integrar esses dados no processo de delimitação e descrição de espécies, e foram acompanhados não só por fascinantes possibilidades e descobertas, mas também por novas questões e desafios. Algumas problemáticas epistemológicas aparecem a partir de proposições recentes que sugerem congruência entre métodos, ou mesmo critérios operacionais, como evidência para delimitação. Além disso, a descoberta de linhagens genéticas morfologicamente indistinguíveis, descritas como \'crípticas\', tem dificultado o reconhecimento e avaliações formais da diversidade biológica. No Capítulo 1, abordei o raciocínio epistemológico que envolve as operações de descoberta, métodos e congruência para a delimitação de espécies baseada em evidências. Discutimos que a congruência entre métodos, ou mesmo critérios operacionais, se baseados nos mesmos dados, são operações de descoberta exclusivas e, portanto, não tem valor epistêmico como evidência. Questões relacionadas a alguns métodos também são destacadas, incluindo a teoria de coalescência, o código de barras de DNA, e até mesmo a sistemática filogenética. No Capítulo 2, passei para a aplicação da delimitação e descrição de espécies em Aurelia (Cnidaria, Scyphozoa). Uma reavaliação morfológica de medusas coletadas ao redor do globo, não revelou nenhuma estrutura geográfica nas dissimilaridades, com considerável variação morfológica entre indivíduos de um mesmo lote de coleta e até mesmo da mesma espécie hipotética. Esta plasticidade morfológica já havia sido relatada em medusas para algumas espécies de Aurelia, bem como nos estágios de pólipo e éfira. Considerado essa diversidade críptica, análises moleculares com múltiplos marcadores e dados da distribuição foram utilizados para delimitar e descrever espécies. Também discuti sobre a inconfiabilidade do código de barras de DNA para a delimitação de espécies, e suas limitações até mesmo para identificação. Os caracteres moleculares diagnósticos relatados não apenas preenchem os requisitos necessários para as descrições, mas também sugerem a possibilidade de seu uso prático para identificação, em lugar de utilizar o código de barras de DNA. Esperamos que este estudo encoraje futuras pesquisas não apenas na delimitação e descrição da diversidade críptica, que deve incluir uma cuidadosa avaliação dos métodos e dados utilizados, mas também sobre plasticidade morfológica e os padrões e processos envolvidos na geração dessa diversidade (AU)

Processo FAPESP: 16/12163-0 - A identidade da água-viva Aurelia (Cnidaria, Scyphozoa) do litoral brasileiro e discussões sobre a sistemática e taxonomia do gênero
Beneficiário:Jonathan Wanderley Lawley
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado