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Pesquisa e caracterização molecular de patógenos em filhotes de papagaios Amazona sp. de vida livre e recém apreendidos do tráfico

Texto completo
Autor(es):
Frederico Fontanelli Vaz
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Tânia de Freitas Raso; Marco Aurélio Gattamorta; Silvia Neri Godoy; Eliana Reiko Matushima; Karin Werther
Orientador: Tânia de Freitas Raso
Resumo

Aves da ordem Psittaciformes estão entre as mais ameaçadas do Brasil. Das 86 espécies existentes, 24 (27,9%) estão na Lista Vermelha da União Internacional para Conservação da Natureza. Os papagaios do gênero Amazona possuem um destaque por estarem entre os mais traficados, principalmente o papagaio- verdadeiro (Amazona aestiva). O papagaio-de-cara-roxa (A. brasiliensis) se encontra na categoria quase ameaçada e o papagaio-charão (A. pretrei) na vulnerável, ambos necessitando manejo em vida livre. Além da perda de habitat e do tráfico, a disseminação de patógenos é uma ameaça emergente a essas espécies, em decorrência da ampla movimentação, comércio e manipulação das mesmas. Considerando a falta de informações sobre a saúde desses animais, o objetivo deste estudo foi de investigar patógenos selecionados em filhotes de A. aestiva, A. brasiliensis e A. pretrei de vida livre e A. aestiva apreendidos do tráfico. Amostras de 235 Amazona sp. de vida livre foram coletadas de quatro estados brasileiros e amostras de 90 A. aestiva foram coletadas de filhotes apreendidos do tráfico e encaminhados a um Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS). As amostras foram testadas por meio da PCR para C. psittaci, Psittacid alphaherpesvirus 1, poxvírus e Beak and feather disease vírus (BFDV). O DNA de C. psittaci foi detectado em amostras de cinco filhotes de vida livre. O DNA dos outros patógenos não foi detectado nas amostras das aves de vida livre ou do tráfico. O sequenciamento da C. psittaci na amostra de um A. brasiliensis revelou alta similaridade com isolados encontrados em psitacídeos no Brasil, pertencentes ao genótipo A. Os resultados do presente estudo demonstram que a prevalência de patógenos em aves de vida livre é bastante baixa e que patógenos exóticos, como o circovírus, parecem ainda não ter atingido essas populações, apesar de já estarem presentes em cativeiro no Brasil. Isso reforça a necessidade de proteger a nossa avifauna de ameaças iminentes de introdução e disseminação desses vírus na natureza. Novos protocolos de avaliação de saúde devem ser discutidos e seguidos rigorosamente para a reintrodução de psitacídeos na natureza. Com relação às aves do CRAS, estas foram isoladas e amostradas logo que chegaram ao centro, não sendo acompanhadas para avaliar os efeitos do cativeiro em longo prazo na saúde das mesmas. Medidas preventivas nunca devem ser negligenciadas em psitacídeos introduzidos em um plantel, pois pesquisas revelam ocorrência de surtos e a detecção de patógenos relevantes para a conservação dessas aves. Novos estudos devem ser encorajados para um melhor conhecimento da epidemiologia de patógenos em psitacídeos de vida livre e para ampliar o conhecimento dos seus impactos sobre a conservação das espécies. (AU)

Processo FAPESP: 16/03928-2 - OCORRÊNCIA DE AGENTES INFECCIOSOS EM PAPAGAIOS DO GÊNERO Amazona DE VIDA LIVRE E RECÉM-APREENDIDOS ORIUNDOS DO TRÁFICO: IMPLICAÇÕES PARA A CONSERVAÇÃO
Beneficiário:Frederico Fontanelli Vaz
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado