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Caminhadas indígenas, quilombolas e afro-diaspóricas: mobilizando as políticas culturais e a produção do conhecimento por narrativas plurais da História (1988-2020)

Texto completo
Autor(es):
David William Aparecido Ribeiro
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Maria Cristina Cortez Wissenbach; Ana Lucia Araújo; Marília Xavier Cury; Daniela Paiva Yabeta de Moraes
Orientador: Maria Cristina Cortez Wissenbach
Resumo

Seguindo as caminhadas de indígenas e quilombolas, especialmente a partir da promulgação da Constituição Brasileira de 1988, este trabalho tem o intuito de debater o papel das políticas culturais e da produção do conhecimento na construção de narrativas sobre o passado e na mobilização por direitos. Para tanto, construo um percurso para entender de que forma essas políticas, especialmente as relacionadas a museus e patrimônio, bem como essas produções do conhecimento, foram da promoção à contestação das matrizes do racismo; do silenciamento ao acolhimento das narrativas e pensamentos de populações negras e indígenas, tanto no Brasil quanto em outros contextos. Partindo dos processos que levaram aos registros da Tava, Lugar de Referência para o Povo Guarani (2014) e do Sistema Agrícola Tradicional de Comunidades Quilombolas do Vale do Ribeira (2018) como patrimônio imaterial brasileiro, analiso as interações entre instituições, saberes e agentes relacionados à salvaguarda desses bens culturais. Essa análise parte da premissa que, em ambos os casos, há um diálogo com a longa trajetória de políticas de proteção do patrimônio cultural e natural, nos âmbitos nacional e internacional, que recaem sobre as Ruínas das Missões Jesuíticas dos Guarani e sobre as Reservas do Sudeste da Mata Atlântica, listadas inclusive como patrimônios da Humanidade pela Unesco. Defendo a hipótese de que as políticas culturais são um caminho essencial para que populações invisibilizadas comuniquem os seus modos de ser, viver e pensar à sociedade envolvente, assim como para que demandem o direito à memória, à diferença e ao território. No mesmo sentido, considero que essas caminhadas guarani e quilombolas, vistas em conjunto com caminhadas indígenas e afro-diaspóricas de outras partes do mundo, são representativas de estratégias de descolonização que podem, efetivamente, transformar a produção do conhecimento e a cultura em instrumentos de superação do silenciamento e da desumanização promovidos pela escravidão e pelo colonialismo. (AU)

Processo FAPESP: 17/19781-3 - Patrimônio, memória e narrativas da história afro-brasileira e indígena: relações entre políticas culturais e produção do conhecimento no Brasil contemporâneo
Beneficiário:David William Aparecido Ribeiro
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado