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O papel da vegetação secundária nas funções e processos hidrológicos em bacias agrícolas

Texto completo
Autor(es):
Aline Aparecida Fransozi
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Piracicaba.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALA/BC)
Data de defesa:
Membros da banca:
Sílvio Frosini de Barros Ferraz; Ricardo Gomes Cesar; Rafael Mingoti; Luiz Felippe Salemi
Orientador: Sílvio Frosini de Barros Ferraz
Resumo

O reconhecimento da floresta como geradora de benefícios para os seres humanos tem gerado diversas iniciativas para a restauração florestal em todo o mundo. Esses benefícios incluem os relacionados à água, que inclusive tem servido de bandeira para incentivar projetos em áreas agrícolas degradadas como pastagens. Existe uma expectativa de que essas novas florestas provenham produtos e serviços no mesmo nível que florestas antigas. No entanto, a relação floresta-água é complexa e ainda não totalmente compreendida. Apesar dos benefícios, existem trade-offs que precisam ser considerados em decisões de manejo. Geralmente, a floresta diminui a produção de água na bacia quando comparada à vegetação de menor porte, mas oferece outros benefícios como a contenção das vazões máximas e uma possível regulação das vazões mínimas, dependendo das condições climáticas. Além disso, a floresta tem um reconhecido papel na manutenção da qualidade da água, ao aumentar as taxas de infiltração e evitar o escoamento superficial, diminuindo a erosão e a quantidade de sedimentos. Considerando o exposto, esse trabalho teve como objetivo estudar os efeitos hidrológicos da conversão de pastagem degradada para floresta e de seu crescimento. De forma geral, a revisão verificou que a floresta secundária é capaz de melhorar as propriedades físicas e a permeabilidade do solo quando implantada em áreas de pastagem, mas só atinge o nível de florestas de referência com no mínimo 20 anos. Apesar de a floresta ser a ferramenta escolhida para recuperar pastagens degradadas em políticas públicas brasileiras, existem poucos trabalhos realizados no Brasil medindo o processo de infiltração em campo nessa conversão, e nenhum na Mata Atlântica. O trabalho desenvolvido na Mata Atlântica concluiu que a floresta secundária originada de regeneração natural foi capaz de melhorar as propriedades do solo e o processo de infiltração em pastagens degradadas, mas também só atingiu o nível de referência na classe de 21-38 anos. A Idade da floresta foi identificada como um fator importante que é essencial considerar o tempo em projetos que contemplem a recuperação de processos e funções relacionadas à água e solo. Na escala de bacia hidrográfica, todos os índices hidrológicos (vazão média, mínima, máxima, deflúvio e índice de fluxo base) diminuíram após a conversão de pastagem degradada para floresta e se mantiveram estáveis com o avanço da idade da floresta, o que pode indicar que a floresta mensurada e utilizada nas simulações pode não ter atingido o estágio de maturidade. (AU)

Processo FAPESP: 15/23719-6 - O papel da vegetação nativa na oferta de serviços de regulação hídrica em microbacias agrícolas
Beneficiário:Aline Aparecida Fransozi
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado Direto