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A imagem como valor, o valor como sujeito: contribuições de Debord e Freud para uma interpretação da subjetividade no capitalismo contemporâneo

Texto completo
Autor(es):
Mariana Toledo Borges
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Data de defesa:
Membros da banca:
Josué Pereira da Silva; Fábio Akcelrud Durão; Gabriel Ferreira Zacarias
Orientador: Josué Pereira da Silva
Resumo

Este trabalho partiu da hipótese de que seria possível retirar da obra teórica de Guy Debord ¿ mais especificamente, de seu livro A sociedade do espetáculo ¿ uma crítica à categoria moderna de sujeito que, em muitos sentidos, adiantou reflexões posteriormente elaboradas pela tendência contemporânea do marxismo denominada Crítica do Valor. Para isso, tomou-se como problemática a ser perseguida o residual uso do autor, presente em algumas poucas teses, de noções tomadas emprestadas da psicanálise freudiana, especialmente de uma ideia mais geral de inconsciência, para pensar o conceito de imagem desenvolvido por Debord em sua obra em diálogo com a ideia de sujeito automático que é cara à Crítica do Valor. Dessa forma, a obra de Freud entra como auxiliadora na interpretação de uma possível subjetividade específica à sociedade do espetáculo, em particular os diagnósticos do psicanalista sobre as perversões do voyeurismo/exibicionismo e a categoria de ideal-de-Eu. Cria-se, a partir daí, um diagnóstico de época e utiliza-se dele para interpretar dois fenômenos contemporâneos: os shopping centers e a Web 2.0 e sua tecnologia algorítmica, com enfoque para o Facebook. O trabalho é dividido em quatro capítulos: no primeiro, realiza-se um percurso exegético e filológico na obra de Debord, mapeando suas principais influências e tentando compreender qual a ideia de sujeito ali colocada; no segundo, procura-se demonstrar em que sentido ela se encaixaria como precursora da crítica do valor e de que modo a psicanálise ajuda a "cimentar" a ideia de sujeito implícita em A sociedade do espetáculo; o terceiro capítulo consiste em observações etnográficas realizadas no Parque D. Pedro shopping, já colocando em diálogo a noção de contemplação de Debord e o voyeurismo social próprio ao ambiente; no capítulo 4, explora-se o conceito de espetacular integrado (proposto pelo autor nos Comentários sobre a sociedade do espetáculo) e de que modo técnicas de vigilância estatal unidas a estratégias de marketing se fazem presentes nas mídias sociais, engendrando uma subjetividade específica que já não consegue estabelecer limites claros entre o espaço interior do Eu e o espaço hiperestimulante da sociedade contemporânea. Na conclusão, apresentam-se algumas especulações em torno do conceito freudiano de pulsão de morte e retoma-se a convergência entre Debord e Freud no que diz respeito ao par consciência-inconsciência (AU)

Processo FAPESP: 16/10208-6 - Entre marxismo e psicanálise: a produção de identificação pela indústria cultural a partir da imagem
Beneficiário:Mariana Toledo Borges
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado