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Pensamentos disfuncionais e comportamentos evitativos ao longo do episódio depressivo: um estudo longitudinal

Texto completo
Autor(es):
Adriana Munhoz Carneiro
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Medicina (FM/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Ricardo Alberto Moreno; Lená Nabuco de Abreu; Francisco Lotufo Neto; Maycoln Leôni Martins Teodoro
Orientador: Ricardo Alberto Moreno
Resumo

Introdução: a depressão é um transtorno de humor multifacetado, de alta prevalência e repercussões negativas psicologicamente, socialmente e fisicamente. Apesar dos pensamentos disfuncionais serem usualmente descritos como indicadores de severidade e pobre resposta na depressão, existem poucos estudos nesta área utilizando instrumentos especificamente designados para este fim. Objetivo: o presente estudo visa investigar os pensamentos disfuncionais e comportamentos evitativos em pacientes depressivos submetidos a tratamento farmacológico ao longo de seis (6) meses sem intervenção psicoterápica. Método: foram avaliados 126 pacientes com idade média de 40 anos (DP= 11), predominantemente mulheres (n= 90; 68,7%) com Episódio Depressivo diagnosticados por psiquiatra, confirmados pela Entrevista Estruturada para o DSM IV (SCID-CV) e Escala Hamilton de Depressão (HAMD > 14). Os pacientes foram recrutados de um centro de atendimento terciário e acompanhados durante 6 (seis) meses e avaliados periodicamente por escalas de depressão, quais sejam, HAMD, Montgomery-Asberg Depression Rating Scale (MADRS), Escala Cognitivo Comportamental de Evitação (CBAS), Escala de Pensamentos Depressivos (EPD) e Escala Beck de Depressão (BDI II). Resultados: segundo HAMD, MADRS e BDI II, a gravidade dos sintomas depressivos apresentou uma redução significativa a partir do segundo mês, e essa diminuição se mostrou constante até o final do tratamento, mas menor; quanto aos pensamentos e comportamentos depressivos (EPD e CBAS) esta redução significativa também se deu logo nas primeiras semanas, entretanto, não continuaram na mesma redução linear que as escalas avaliativas de sintomas, indicando que, apesar dos pacientes retornarem a suas rotinas diárias, seus pensamentos continuavam distorcidos. Ademais, os resultados obtidos pelas correlações indicaram que os instrumentos de gravidade de depressão com as escalas autoaplicáveis foram estatisticamente significativos (p > 0,001). Conclusão: os resultados encontrados apontam para uma melhora substancial de padrões de evitação comportamental e pensamentos negativistas nos pacientes atendidos, mesmo apenas com a administração de medicação antidepressiva, contudo, tais mudanças não foram significativas a ponto de fornecerem uma remissão destes sintomas, reforçando a importância de estudos focados na recuperação funcional do paciente. Ainda, os resultados deixam em aberto sobre os pensamentos depressivos serem traços ou condições, assim como o papel do imprinting genético nos pensamentos (AU)

Processo FAPESP: 15/22564-9 - Trajetória longitudinal da depressão: análise de pensamentos disfuncionais e comportamentos evitativos
Beneficiário:Adriana Carneiro
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado