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Restrição protéica in utero: desenvolvimento sexual e histofisiologia do sistema reprodutivo de ratos machos

Texto completo
Autor(es):
Fabiola Choqueta de Tolêdo
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Biologia
Data de defesa:
Membros da banca:
Wilma De Grava Kempinas; Arielle Cristina Arena; Sérgio Luis Felisbino
Orientador: Wilma De Grava Kempinas
Resumo

Nos últimos anos vem aumentando o reconhecimento mundial sobre a relevância da nutrição como pilar básico para o desenvolvimento econômico e social. Em países em desenvolvimento como o Brasil, por exemplo, a desnutrição é um problema sócio-econômico causado pela má alimentação e pela baixa renda. O nascimento de crianças com baixo peso é reconhecido como um importante problema de saúde pública, com efeitos devastadores no desenvolvimento, na sobrevivência e na saúde humana. Milhares de crianças têm seu crescimento retardado pela má nutrição, no entanto poucos trabalhos relacionam a desnutrição protéica materna e o desenvolvimento do sistema reprodutor. Dessa forma, o presente trabalho teve por objetivo avaliar o impacto da desnutrição protéica in utero sobre parâmetros morfofuncionais do trato reprodutivo masculino em diferentes fases do desenvolvimento sexual: pré-puberal, peripuberal e adulta, assim como sobre a instalação da puberdade em filhotes fêmeas, utilizando o rato como modelo experimental. Para tanto, foram obtidas ratas prenhes e divididas em dois grupos experimentais: grupo que recebeu ração padrão (n=12, grupo RP, 17% de proteína) e grupo que recebeu ração hipoprotéica (n=16, grupo RH, 6% de proteína) durante toda a prenhez. Durante a lactação os dois grupos experimentais receberam ração padrão. No 20º dia gestacional, 10 ratas (grupo RP n=4, grupo RH n=6) foram sacrificadas procedendo-se em seguida a laparotomia para avaliação da performance reprodutiva das progenitoras. As demais ratas prenhes (grupo RP n=8, grupo RH, n=10) foram mantidas para permitir o nascimento e amamentação dos filhotes. A restrição protéica provocou redução do peso placentário, aumento do consumo de ração das progenitoras durante o início da gestação e redução deste consumo no final da gestação e início da lactação. No entanto, esta variação no consumo de ração não foi suficiente para compensar o efeito da dieta hipoprotéica sobre o organismo materno e fetal, uma vez que o ganho de peso das progenitoras durante a gestação e o peso dos filhotes nas diferentes fases do desenvolvimento apresentaram redução significativa. Os filhotes fêmeas do grupo RH tiveram aumento da distância anogenital, sugerindo um processo de masculinização do fenótipo feminino. Nos filhotes de ambos os sexos a restrição protéica in utero provocou atraso no início da puberdade. Nos filhotes machos a restrição protéica provocou redução do peso testicular na fase pré-puberal e no adulto provocou danos em alguns parâmetros morfofuncionais do sistema reprodutivo reduzindo o peso do ducto deferente, o número de células de Sertoli, a motilidade espermática, a produção diária de espermatozóides e a reserva espermática na cauda do epidídimo. Os níveis séricos de testosterona foram reduzidos em 27% quando comparado ao grupo RP. Por outro lado, a incidência de espermatozóides com anormalidades morfológicas e retenção de gota citoplasmática aumentou. Assim, conclui-se que a restrição protéica in utero, nestas condições experimentais, provocou restrição de crescimento, comprometeu o desenvolvimento sexual, atrasando o início da puberdade e provocando danos espermáticos no adulto. (AU)

Processo FAPESP: 07/57375-5 - Restrição proteica in utero: desenvolvimento sexual e histofisiologia do sistema reprodutivo de ratos machos
Beneficiário:Fabiola Choqueta de Toledo
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado