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Associação entre a densidade dérmica de melanina e resposta aos testes de associação implícita \racial\ e de \culpabilidade\

Texto completo
Autor(es):
Letícia Batista Pinto
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Medicina (FM/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Eduardo Massad; Paulo Cesar Costa dos Santos
Orientador: Eduardo Massad
Resumo

No processo da percepção social categorizamos uns aos outros de maneira instintiva e os estereótipos de aparência compartilhados existem como parte de um acordo social. Esse processo nos leva a criar estigmas, estereótipos e preconceitos em relação às pessoas. Temos a tendência de realizar prejulgamentos das pessoas em relação à sua cor de pele, fato que pode influenciar a atitude que as pessoas têm em relação a determinados grupos étnicos, inclusive atitudes como a atribuição de culpa. O Teste de Associação Implícita (do inglês Implicit Association Test - IAT) é um instrumento amplamente utilizado para medir as atitudes e o viés implícito em relação a grupos particulares. O IAT avalia atitudes implícitas induzindo as pessoas a rapidamente categorizar palavras e/ou imagens usando duas chaves para resposta. O presente trabalho teve como objetivos investigar a existência de correlação entre o viés implícito medido através de dois IATs, Étnico e de Culpa, e características dos participantes do teste como a densidade de melanina, a cor autoatribuída, idade, escolaridade e renda. Inicialmente, foi inferida a densidade de melanina dos participantes com uso de espectrofotômetro portátil. Depois de fornecer informações como idade, sexo, escolaridade, renda e cor autoatribuída, os participantes completaram em sequência a versão étnica e de culpa dos IATs. Os resultados dos testes foram calculados a partir do tempo de reação e dos erros cometidos pelos participantes, gerando um Escore D, (efeito IAT) o qual foi correlacionado com os dados de densidade de melanina através da correlação de Pearson e cor autoatribuída através do teste de Kruskal-Wallis. Para os demais dados, a correlação com o Escore D dos testes foi realizada pela correlação de Pearson. A amostra do nosso trabalho é composta por 112 participantes. A idade dos participantes variou entre 21 e 66 anos, sendo a média 42,3 anos; 69,6% são do sexo feminino. Dos participantes, 63,4% se autoatribuíram brancos; 24,1% pardos; 8% negros e 4,5% amarelos. Como esperado, no IAT étnico, a maioria dos participantes obteve preferência automática por crianças brancas, indicando que a população do estudo possui viés implícitos contra negros. O mesmo ocorreu para o IAT de culpa, em que houve prevalência de respostas de associação entre negros e culpa, indicando a prevalência desse estereótipo. Não se obteve uma correlação significativa em relação à densidade de melanina e o Escore D dos participantes, nem para o IAT étnico (Correlação de Pearson = 0,47; p = 0,619), nem para o IAT de culpa (Correlação de Pearson = 0,044; p = 0,644). Já para a correlação entre a cor autoatribuída e o Escore D da reposta ao teste, obteve-se correlação para o IAT étnico, porém não para o IAT de culpa. Também não se obteve correlação significativa entre os outros fatores estudados e o Escores D. Podemos concluir a partir de nossas análises então, que nossa população alvo possui viés étnico e de culpa implícito contra negros, e que este viés independe da densidade de melanina, porém está correlacionado com a cor autoatribuída dos participantes (AU)

Processo FAPESP: 16/25933-8 - Associação entre a densidade de melanina e resposta ao Teste de Associação Implícita racial
Beneficiário:Leticia Batista Pinto
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado