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Estética e mitologia na filosofia clássica alemã

Texto completo
Autor(es):
Pedro Augusto da Costa Franceschini
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Marco Aurélio Werle; Pedro Sussekind Viveiros de Castro; Zaida Verónica Olvera Granados; Oliver Tolle; Ulisses Razzante Vaccari
Orientador: Marco Aurélio Werle
Resumo

A presente tese procura expor as características gerais do papel assumido pela mitologia no interior do pensamento estético alemão da segunda metade do século XVIII, não apenas como articuladora de conteúdos artísticos, mas também como fundamento da própria possibilidade de estabelecimento da estética como disciplina autônoma. Partindo da obra de Herder, Moritz e Schelling, acompanhamos o modo específico segundo o qual cada um deles lidou com os diferentes aspectos e dificuldades desse programa de pensamento, mas buscando por uma linha de continuidade. A partir da pergunta pelo uso da mitologia na poesia moderna, Herder encontra no fenômeno mítico um paradigma crítico às poéticas normativas do neoclassicismo, além de um aprofundamento da proposta de Baumgarten de estabelecer a estética como uma ciência do conhecimento sensível. Sua radicalização na recondução de todo conhecimento à sua origem sensível revela uma nova dimensão ativa e produtiva na raiz sensível do ser humano e encontra na mitologia a melhor expressão para o traço criativo e poético do espírito. Uma atenção mais detida da estrutura interior da produção e dos produtos artísticos conduz ao empreendimento de Moritz, cuja compreensão da obra de arte como dotada de uma finalidade interna e autônoma complementa-se com uma investigação da produtividade natural e objetiva que opera no artista. Nesse quadro, a fantasia fornece o ponto de cruzamento dessas duas dimensões complementares, e o autor expõe na mitologia a lógica e linguagem próprias dessa faculdade. Por fim, a leitura dos anos de formação do pensamento do jovem Schelling, através dos vários deslocamentos de sua concepção de filosofia, permite elucidar as exigências que se colocaram à plena integração da arte e da mitologia no interior de um projeto sistemático de razão. Mediante um novo papel da imaginação produtiva, uma rearticulação entre o infinito e o finito e uma visão simbólica do real, a filosofia da arte se estabelece nesse autor como uma dedução especulativa da mitologia como substrato universal da arte. Desse modo, a confluência entre estética e mitologia oferece tanto uma chave de leitura para o pensamento dos autores tomados individualmente, bem como uma visão mais ampla do desenvolvimento intelectual do período, que levou a estética, como ciência da sensibilidade, a realizar-se finalmente como uma filosofia da arte em sentido especulativo e autônomo. (AU)

Processo FAPESP: 14/01548-2 - Estética e mitologia na filosofia clássica alemã
Beneficiário:Pedro Augusto da Costa Franceschini
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado