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O enigma de Akechi Kogorō: modo de leitura e desafio tradutório na ficção policial de Edogawa Rampo

Texto completo
Autor(es):
Gabriel de Oliveira Fernandes
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Neide Hissae Nagae; Seth David Jacobowitz; Julio Cesar Pimentel Pinto Filho; Kyoko Sekino
Orientador: Neide Hissae Nagae
Resumo

A narrativa policial, em primeiro lugar, depende de um jogo travado entre autor e leitor, com base em um conjunto de regras que instruem os contornos do texto. O interesse acadêmico pelo gênero policial japonês, contudo, principalmente em solo brasileiro, tem sido pequeno. Apesar do número de obras traduzidas estarem gradualmente aumentando, não houve ainda uma tentativa de explorar as complexidades e as implicações desse jogo no ato tradutório. Assim, com este trabalho, objetiva-se desbravar os desafios encontrados na tradução de material inferencial da ficção policial japonesa de Edogawa Rampo (1894-1965), autor japonês responsável pela criação dos primeiros materiais do gênero em solo nipônico, considerando seu modo de leitura peculiar e o caráter ambíguo inerente à língua japonesa. Para isso, traçou-se uma aprofundada análise da ficção policial enquanto gênero autônomo e o surgimento da obra de Rampo, assim como a criação de seu mestre detetive (meitantei) Akechi Kogorō. Para investigar as áreas de conformismo ou subversão em sua obra, então, focou-se na observação de como um leitor experiente com o gênero policial o lê, traçando um percurso através do texto com base em um repertório de convenções que o permitirá participar do aspecto lúdico da narrativa, batendo o material de suas obras iniciais contra as conceituações de John Cawelti e George Dove, quanto à fórmula narrativa. Por fim, conectouse essa discussão sobre o modo de leitura peculiar do gênero com uma preocupação com a busca por semelhança interpretativa na tradução, conforme promovido por Ernst-August Gutt em sua leitura da Teoria da Relevância. Com isso, percebeu-se que o tradutor de ficção policial deve se portar como um autêntico detetive, jogado em um mar de evidências que poderão, finalmente, elucidar a intenção do autor e as expectativas do leitor, conferindo a ele a responsabilidade de decidir entre ofuscar e esclarecer o enigma no cerne do texto. (AU)

Processo FAPESP: 17/12483-7 - A estética e fórmula da ficção policial japonesa: a obra de Edogawa Rampo como contraponto de sua influência ocidental
Beneficiário:Gabriel de Oliveira Fernandes
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado