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Neologia antroponímica: o que os nomes de origem germânica têm a nos dizer?

Texto completo
Autor(es):
Letícia Santos Rodrigues
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Mario Eduardo Viaro; Patricia de Jesus Carvalhinhos; Juliana Soledade Barbosa Coelho; Graça Maria de Oliveira e Silva Rio Torto
Orientador: Mario Eduardo Viaro
Resumo

Pesquisas em Onomástica ciência linguística que se dedica ao estudo dos nomes próprios (particularmente, neste caso, em Antroponímia: estudo dos nomes de pessoas) podem revelar diversos aspectos sobre certo povo ou cultura. Em face disso, este trabalho se concentra na análise, a partir de um dado recorte, do quadro antroponímico brasileiro referente à última década do século XIX, todo século XX e início do século XXI, a fim de compreender qual a atuação e importância dos nomes neológicos de pessoas. Para tanto, esta pesquisa se vale das contribuições da Etimologia e da Morfologia, além do esteio teórico da Linguística Cognitiva. Em específico, a análise se volta para os antropônimos neológicos que utilizam formativos germânicos em suas construções, visto que o fator histórico da ocupação da Península Ibérica pelos considerados povos germânicos influenciou no léxico antroponímico do Brasil, tal qual o vemos ainda hoje. O corpus analisado se refere aos arquivos da Ordem Terceira do Carmo, localizada no Centro Histórico da cidade de Salvador/BA. Tais arquivos se constituem de 10 tomos do Livro dos Termos dos Irmãos, dos quais analisaremos os quatro últimos por conta do período histórico. Verificou-se a presença de antropônimos neológicos por meio do critério de não constarem em alguns dos principais dicionários onomásticos em língua portuguesa: Dicionário etimológico da língua portuguesa - Tomo II, de Antenor Nascentes (1952), no Dicionário etimológico de nomes e sobrenomes, de Mansur Guérios (1981), e no Dicionário onomástico etimológico da língua portuguesa, de José Pedro Machado (2003). Dentre alguns resultados encontrados, é possível observar a nítida relação entre o aumento dos nomes neológicos e a abolição da escravatura e a retirada do registro civil das mãos da Igreja Católica, visto que tais acontecimentos oferecem certa liberdade para aqueles indivíduos que apenas podiam optar por nomes tradicionais, muitas vezes estritamente relacionados à tradição cristã, além do incremento da tendência de criar nomes neológicos para os indivíduos, de modo que, com o avançar dos anos, o número de ocorrências cresceu. Ainda, dentre os resultados, também se observa a recorrente utilização de estruturas composicionais bitemáticas, assim como a que se acredita ter sido herdada dos antropônimos germânicos, demonstrando, de fato, a influência de tal modelo morfolexical. (AU)

Processo FAPESP: 17/06792-7 - Neologia antroponímica: o que os nomes de origem germânica têm a nos dizer?
Beneficiário:Letícia Santos Rodrigues
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado