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N-acetilcisteína em estudos de transmissão de Xylella fastidiosa por cigarrinhas

Texto completo
Autor(es):
Karla Kudlawiec
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Piracicaba.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALA/BC)
Data de defesa:
Membros da banca:
Joao Roberto Spotti Lopes; Alberto Fereres Castiel; José Belasque Júnior; Alessandra Alves de Souza
Orientador: Joao Roberto Spotti Lopes
Resumo

A clorose variegada dos citros (CVC), causada pela bactéria Xylella fastidiosa, importante doença cuja incidência em pomares cítricos diminiu no Estado de São Paulo em resposta a táticas de controle preventivas, tais como erradicação de plantas doentes, plantio de mudas sadias certificadas e controle de insetos vetores, que são cigarrinhas da subfamília Cicadellinae (Hemiptera: Cicadellidae). Estudos recentes mostraram que o agente mucolítico N-acetilcisteína (NAC), usado para tratamento de infecções bacterianas em sistema respiratório de humanos, tem potencial para controle de doenças bacterianas em plantas. Quando aplicado em plantas de Citrus sinensis (L) Osbeck com CVC, o NAC reduz a população bacteriana de X. fastidiosa e os sintomas da doença. Assim, postulou-se que esse mucolítico poderia afetar, também, a eficiência de transmissão de X. fastidiosa pelo inseto vetor X. fastidiosa Os objetivos da presente pesquisa foram: a) avaliar a eficiência de aquisição de X. fastidiosa por cigarrinha em plantas com CVC tratadas ou não com NAC, e a subsequente transmissão para plantas-teste sadias; b) avaliar o efeito do NAC na transmissão após a aquisição da bactéria pelo vetor; c) avaliar a transmissão de X. fastidiosa para plantas-teste sadias, previamente tratadas ou não com NAC; d) avaliar o comportamento alimentar de um inseto vetor em plantas tratadas com NAC por meio da técnica de electrical penetration graph (EPG). A cigarrinha vetora Macugonalia leucomelas (Walker) foi usada nos experimentos de transmissão (a-c), que envolveram plantas tratadas com NAC ou não (controle). Para avaliar o efeito sobre a aquisição, NAC foi aplicado via fertilizante húmico (3N:10P2O5:10K2O), na proporção de 2 g para cada 1 Kg do fertilizante, em plantas de C. sinensisinfectadas por X. fastidiosa fastidiosa (plantas-fonte). Para avaliar o efeito após a aquisição, as cigarrinhas foram alimentadas em dieta artificial com suspensão de células de X. fastidiosa e posteriormente alimentadas por diferentes períodos (24, 72, 120 h) em seedlings sadios de C. sinensis tratados com solução nutritiva contendo NAC. Em um terceiro experimento avaliou-se a transmissão para plantas sadias de Catharanthus roseus(planta-teste) previamente tratadas com o fertilizante húmico contendo NAC. Os resultados mostraram que as eficiências de aquisição e de subsequente transmissão de X. fastidiosa por M. leucomelas não foram afetadas pelo tratamento de plantas-fonte da bactéria com NAC por um período de 90 dias. Após a aquisição de X. fastidiosa, a exposição por até 120 h do inseto vetor a plantas cítricas sadias tratadas com NAC não afeta a taxa de insetos positivos para a bactéria ou a probabilidade de transmissão para plantas-teste. O pré-tratamento de plantas sadias de C. roseus com NAC por 30 dias não impede a sua infecção por X. fastidiosa após a inoculação pelo inseto vetor. Finalmente, verificou-se que a aplicação do NAC em plantas de Sonchus oleraceus não altera o comportamento alimentar do vetor Philaenus spumarius (Hemiptera: Aphrophoridae), não influenciando em variáveis de EPG relacionadas à transmissão de X. fastidiosa. Assim o NAC, nas condições aqui testadas, não afetou a aquisição e transmissão de X. fastidiosa por M. leucomelas bem como não alterou o comportamento alimentar de P. spumarius. (AU)

Processo FAPESP: 18/19980-9 - N-acetilcisteína em estudos de aquisição e transmissão de Xylella fastidiosa em citros
Beneficiário:Karla Kudlawiec
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado