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Avaliação do método de treinamento cognitivo com realidade virtual em pacientes com traumatismo cranioencefálico moderado e grave

Texto completo
Autor(es):
Thiago Mazzoli Pedroso de Moraes
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Medicina (FM/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Wellingson Silva Paiva; Rubens Gisbert Cury; Juliana Teixeira Fiquer
Orientador: Wellingson Silva Paiva
Resumo

Intrudução: O traumatismo cranioencefálico (TCE) é uma das doenças mais incapacitantes do ponto de vista socioeconomico em adultos jovens. O comprometimento cognitivo causado às vítimas de TCE pode trazer prejuízos para a sociedade e sobrecarregar os familiares. Lesões frontais podem afetar as funções executivas (FE) que são habilidades e processos cognitivos fundamentais para o cotidiano do indivíduo. Até o momento não existem resultados satisfatórios com métodos de tratamentos convencionais para os distúrbios cognitivos, em especial disfunções executivas. O uso de realidade virtual (RV) imersiva pode proporcionar aos profissionais da saúde uma alternativa para treinamentos cognitivos que seriam muito custosos ou perigosos de serem realizados na vida real. Objetivo: avaliar possíveis efeitos precoce e tardio do treinamento cognitivo com RV sobre as funções executivas de pacientes com TCE moderado e grave Métodos: Trata-se de um estudo prospectivo, unicêntrico que avaliou 13 vítimas de TCE moderado e grave do sexo masculino. Foram realizadas 12 sessões de treinamento cognitivo com foco em funções executivas e com duração aproximada de 20 minutos cada. No final de cada sessão de treinamento cognitivo os participantes respondiam questionário de sintomas de cybersickness. Todos os participantes realizaram avaliação neuropsicológica (ANP) e avaliação de humor em três momentos (BDI-II e BAI): antes da intervenção (A1), em até uma semana após o término da última sessão de treinamento cognitivo (A2) e após três meses da última avaliação (A3). Os instrumentos da ANP foram focados em avaliar funções executivas, memória e velocidade de processamento. O desfecho primário desse estudo foi o escore composto dos instrumentos de funções executivas. Resultados: Os escores compostos de FE foram em média -1,33 (DP ± 0,46), -1,13 (DP ± 0,52) e -0,99 (DP ± 0,64) nos momentos A1, A2 e A3, respectivamente. Houve diferença significativa entre os escores de FE (análise de variância ANOVA) e avaliações F (2,24) = 7,32, p < 0,01. Análises post-hoc com correção de Bonferroni revelaram diferenças apenas entre A1 e A3 (p = 0,02). Foram realizadas análises individuais dos testes (n = 5) que compuseram o escore composto de FE e apenas o instrumento de avaliação de flexibilidade mental demonstrou diferença estatística entre A1 e A3 (p < 0,01). Observou-se ainda que pacientes que possuíram pior desempenho de FE em A1 cometeram mais erros (r(11) = -0,85, p < 0,01) e demoraram mais tempo para completar as sessões (rs = -0,71, p < 0,01). As análises do efeito da intervençõe sobre velocidade de processamento (p = 0,74) e memória (p = 0,26) não apresentaram diferenças estatisticamente significativa. Apesar dos pacientes possuírem pontuação menor na avaliação de humor entre as avaliações, não houve diferença estatística significativa. Os pacientes apresentaram poucos sintomas de cybersickness, pontuando em média 4,33 (DP ± 4,06, pontuação máxima neste instrumento de 48 pontos) após as sessões. Conclusão: Os pacientes deste estudo conseguiram realizar todas as atividades propostas com pouco ou nenhum sintoma de cybersickness. O método proposto pode ser uma alternativa às técnicas convencionais e demonstrou um efeito preliminar sobre as funções executivas em pacientes com TCE moderado e grave. (AU)

Processo FAPESP: 16/11706-0 - Avaliação do método de treinamento cognitivo com realidade virtual em pacientes com traumatismo cranioencefálico moderado e grave
Beneficiário:Thiago Mazzoli Pedroso de Moraes
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado