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O negócio de Pernambuco: financiamento, comércio e transporte na segunda metade do século XVIII

Texto completo
Autor(es):
Felipe Souza Melo
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Maximiliano Mac Menz; Jesús Bohorquez Barrera; Rafael de Bivar Marquese; Rodrigo Monteferrante Ricupero
Orientador: Maximiliano Mac Menz
Resumo

A segunda metade do século XVIII foi um momento de crescimento econômico. A produção industrial e o consumo das populações europeias aumentaram. Da mesma forma, as colônias da América acompanharam essa conjuntura elevando suas exportações de gêneros tropicais. A pesquisa investiga justamente uma dessas colônias, a capitania de Pernambuco, que teve um papel de relevo nesse cenário. Procurou-se, sobretudo, preencher duas lacunas que a historiografia ainda não havia se interessado. Objetivou-se reconstituir os indicadores gerais de exportação e analisar o comércio ultramarino do ponto de vista dos agentes em um período marcado por duas transformações: a instalação de uma companhia monopolista e a ascensão da cultura algodoeira, comparando a situação de um mercado com monopólio com uma situação de comércio livre. Utilizando documentos ainda inéditos para o local e o recorte temporal proposto - tais como os registros de carga de mais de 1.400 embarcações, 753 passaportes de navios, 1.414 registros notariais, 107 letras de risco e 236 processos judiciais, entre outros foi possível realizar séries originais de exportação dos principais produtos da capitania: algodão, açúcar e couramas, assim como de seus preços. Possibilitou uma análise verticalizada das formas de fazer comércio sociedade mercantis, comissários residentes e itinerantes contribuindo para o levantamento de parte do grupo mercantil atuante entre Pernambuco e Lisboa e ainda descortinou a hierarquia dos proprietários de embarcações. A investigação em torno dos agentes e da forma como eles organizavam o negócio colonial levou a uma apreciação sobre as principais regulações econômicas da época, o tabelamento do preço do açúcar e dos fretes, e de seus desdobramentos nos ramos do comércio e do transporte. Para tal, foi utilizado e relativizado o conceito de custos de transação, tão em voga na literatura neo-institucionalista. As principais conclusões do trabalho apontam para a importância do crédito metropolitano que financiava parte das atividades econômicas de exportação de Pernambuco e, necessariamente, reforça a substancial presença dos mercadores reinóis como participantes ativos do negócio colonial. (AU)

Processo FAPESP: 14/11038-1 - O transporte de mercadorias entre Pernambuco e Portugal: quantificação, hierarquias e grupos mercantis no Atlântico português (1755-1807)
Beneficiário:Felipe Souza Melo
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado