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O papel da razão na emancipação feminina: Mary Wollstonecraft e sua Reivindicação

Texto completo
Autor(es):
Sarah Bonfim Matos Nunes
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Data de defesa:
Membros da banca:
Monique Hulshof; Nathalie de Almeida Bressiani; Yara Adario Frateschi
Orientador: Monique Hulshof
Resumo

Na introdução da obra Reivindicação dos Direitos da Mulher, publicada em 1792, Mary Wollstonecraft (1759-1797) levanta as seguintes suposições: "ou a natureza estabeleceu grande diferença entre um homem e outro, ou a civilização que até agora conhecemos tem sido muito parcial." (WOLLSTONECRAFT, 2016, p. 25). Essas suposições referem-se à condição em que se encontra a mulher, isto é, de total dependência de seus pares masculinos. Para a filósofa, a primeira suposição só pode estar errada, pois Wollstonecraft argumenta que a natureza não faria um ser humano menor que outro, visto que a menoridade não pode ser definida pelo sexo biológico. Assim, a filósofa parte da segunda suposição, atribuindo à sociedade a exclusão das mulheres não só do âmbito público, mas também da possibilidade de aperfeiçoamento da faculdade racional. Ao identificar a submissão feminina como um problema social, a filósofa lança luz para os efeitos desse problema que impera na sociedade, que fazem a manutenção das mulheres nesse lugar de dependência. Com efeito, Wollstonecraft constrói críticas para os teóricos, em especial, aos que se dedicam à educação. Um desses teóricos ganha destaque. Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) e o seu Emílio ou da Educação (1762) é tema central para o que Wollstonecraft chama de injustiça contra as mulheres. Conforme a argumentação da filósofa, ao atribuir ao sexo feminino uma razão que não abstrai e nem generaliza, Rousseau estaria contribuindo para a manutenção das mulheres em um lugar de dependência, potencializando a desigualdade entre os sexos. Assim, ao identificar a razão como um elemento central para a emancipação feminina, Wollstonecraft tem a educação como tema de seus escritos. Com o intuito de fornecer argumentos filosóficos que possam desconstruir estruturas artificiais de preconceitos, Wollstonecraft apresenta os princípios básicos que partem de três concepções: razão, virtude e conhecimento. Esses princípios permitem que Wollstonecraft não só reivindique um lugar na humanidade para as mulheres, como também, pleiteie que elas sejam incluídas nos sistemas públicos de educação. Essa dissertação tem como objetivo se debruçar sobre o problema de desenvolvimento da razão feminina e as suas consequências. Partindo dos princípios básicos e investigando as questões políticas implicadas na Reivindicação, a questão da razão como elemento essencial para a emancipação feminina torna-se central para a compreensão do que Wollstonecraft considera como ideal para a formação humana e consequente aprimoramento da espécie. (AU)

Processo FAPESP: 19/02493-0 - O projeto educacional de Mary Wollstonecraft: o uso da razão como elemento emancipador feminino
Beneficiário:Sarah Bonfim Matos Nunes
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado