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Gramsci e Pareto : itinerários de ciência política

Texto completo
Autor(es):
Luciana Aparecida Aliaga Azara de Oliveira
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Data de defesa:
Membros da banca:
Marcos Tadeu del Roio; Ruy Gomes Braga Neto; Adriano Nervo Codato; Edmundo Fernandes Dias
Orientador: Alvaro Gabriel Bianchi Mendez
Resumo

Embora o fenômeno das minorias dirigentes tenha sido tratado por diferentes autores, foi na Itália em finais do séc. XIX, por meio de Gaetano Mosca (1858-1941) e Vilfredo Pareto (1848-1923), que encontrou sistematização suficiente para alcançar status de teoria política. Antonio Gramsci (1891-1937), nos Quaderni del Carcere estabelece importante diálogo com a teoria das elites, externando confluências e distanciamentos. Em comum com os autores elitistas possui a tradição maquiaveliana dos estudos políticos, isto é, o realismo maquiaveliano, que é responsável por algumas extraordinárias continuidades temáticas e afinidades nas formulações gerais de conceitos políticos entre estes autores. Contudo, existe uma discussão subjacente à teoria das elites, que, apesar de ser menos aparente, nem por isso é menos importante - o debate acerca da possibilidade de formulação de uma ciência das realidades políticas. Por meio deste debate o realismo maquiaveliano adquire diferentes feições. Pareto reivindica uma ciência livre de ideais fictícios, calcada na observação empírica e histórica, o que o leva a compreender a divisão entre governantes e governados como uma realidade imutável, correspondente às divisões do gênero humano. Gramsci, por outro lado, propõe a formulação de uma ciência da política capaz de apreender as ocorrências históricas em sua complexidade compreendendo a "realidade" como fenômeno/aparência dos processos gerados no interior do movimento dialético entre estrutura e superestrutura. Isto o leva a entender o problema das elites por um viés histórico-político. Com isto, Gramsci contribui para um enriquecimento do realismo maquiaveliano. Desta discussão acerca da possibilidade e natureza da ciência política, importantes questões de ordem metodológica e política são trazidas a lume e são importantes, cremos, não apenas para os debates da ciência política da primeira metade do século XX, mas também suscitam problemas contemporâneos e embates no interior da ciência política que permanecem como questões fundamentais para o aperfeiçoamento dos instrumentos teórico-metodológicos da disciplina (AU)

Processo FAPESP: 08/54132-7 - Pareto e gramsci: itinerarios de ciencia politica
Beneficiário:Luciana Aparecida Aliaga Azara de Oliveira
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado