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Estrutura floral de Galipeinae (Rutaceae) e suas implicações na sistemática, evolução e biologia do grupo

Texto completo
Autor(es):
Juliana Hanna Leite El Ottra
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Instituto de Biociências (IBIOC/SB)
Data de defesa:
Membros da banca:
Jose Rubens Pirani; Maria do Carmo Estanislau do Amaral; Diego Demarco; Elza Maria Guimaraes Santos
Orientador: Jose Rubens Pirani; Emerson Ricardo Pansarin
Resumo

Galipeinae (Galipeeae, Rutoideae) é a subtribo mais diversificada de Rutaceae na região Neotropical. Evidências moleculares recentes sustentam a monofilia do grupo. Embora a delimitação dos gêneros e espécies da subtribo seja baseada principalmente em características florais, existem poucos estudos detalhados sobre a estrutura floral de representantes da subtribo, o que dificulta o uso acurado dos caracteres florais em estudos sobre sistemática e evolução do grupo. Além disso, pouco se sabe sobre as implicações funcionais dessas características na biologia das espécies, sendo necessários mais estudos ecológicos, ainda escassos sobre o grupo. Neste contexto, analisamos comparativamente a estrutura floral de diversos gêneros de Galipeinae e de gêneros americanos proximamente relacionados, apresentando descrições detalhadas e discutindo a implicação dos resultados na sistemática e evolução do grupo. Adicionalmente, investigamos as implicações funcionais de algumas características florais de Galipeinae, por meio do estudo da biologia floral e polinização de três táxons do grupo (Almeidea rubra, Conchocarpus macrophyllus e Angostura bracteata), e com base em dados da literatura e de observações pontuais feitas sobre outras espécies. Como principais resultados das análises estruturais, encontramos diversas características florais que sustentam a monofilia de Galipeinae, excluindo-se uma espécie, Adiscanthus, como a prefloração coclear ascendente ou oblíqua da corola, filetes achatados dorsiventralmente, carpelos com região sincárpica basal curta alcançando menos da metade do comprimento do ovário. Encontramos ainda características florais sustentando o par de gêneros-irmãos Adiscanthus e Hortia, como a conexão posgenital das pétalas apenas na fase de botão, por meio da conexão de células epidérmicas curtas com projeções cuticulares, antera com feixe vascular ramificado no ápice bem como na base, ápice das pétalas inflexo no centro do botão. Outras feições florais reportadas no presente trabalho auxiliam na sustentação de relações filogenéticas recentes no nível genérico ou infragenérico. Em relação ao papel funcional das feições florais de Galipeinae, a sinorganização das peças de diferentes verticilos revelou padrões variados nas espécies aqui estudadas e a arquitetura floral resultante parece refletir diretamente no acesso ao néctar e na polinização. Discutimos essas questões ecológicas ao nível familiar, notadamente em relação a polinizadores nectarívoros de língua e/ou bico relativamente longo, como lepidópteros e aves. Destaca-se ainda a evidência de que a hercogamia seja amplamente distribuída nas Galipeinae, e alguns aspectos funcionais da monossimetria do androceu de algumas espécies são apresentados. Finalmente, os atributos florais analisados em algumas espécies indicam maior especialização floral voltada aos principais grupos de polinizadores, os lepidópteros, notadamente características ligadas ao tubo floral, ao volume e concentração do néctar, ao odor floral e à presença de delicadas plataformas de pouso na flor. Este estudo permitiu identificar diversas hipóteses a serem exploradas em futuros estudos integrativos sobre a estrutura floral, biologia, polinização e evolução em Rutaceae (AU)

Processo FAPESP: 09/08764-4 - Evolução floral e sistemática de Galipeinae (Rutaceae)
Beneficiário:Juliana Hanna Leite El Ottra
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado Direto