Busca avançada
Ano de início
Entree


Microbiota e produtos de fermentação fecal de cães com doença inflamatória intestinal suplementados com β-glucanos

Texto completo
Autor(es):
Andressa Rodrigues Amaral
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Marcio Antonio Brunetto; Bruno Cogliati; Eliana Teshima
Orientador: Marcio Antonio Brunetto
Resumo

A doença inflamatória intestinal (DII) é considerada a causa mais comum de doença gastrintestinal em cães e a causa mais importante de vômito e diarreia em cães e gatos. Há consenso na literatura acerca da existência de reação imune aberrante aos microrganismos residentes no trato gastrintestinal no indivíduo geneticamente predisposto, associada à disbiose e consequente alteração na concentração de produtos oriundos da fermentação das bactérias intestinais. Os prebióticos são polissacarídeos não amiláceos resistentes à digestão enzimática de animais monogástricos que chegam ao intestino grosso aptos para servirem de substrato ao crescimento e fermentação de bactérias benéficas, em detrimento das patogênicas. Os efeitos imunomodulatórios desempenhados através desta fermentação seletiva apresentam potencial terapêutico interessante em pacientes com DII, os quais são amplamente discutidos na literatura humana, embora pouco discutidos na literatura veterinária. Assim, o presente estudo objetivou avaliar os efeitos da suplementação de β-glucanos na microbiota fecal de cães com DII identificada e quantificada por sequenciamento genético de última geração. Para tal, foram selecionados dezoito cães com DII em fase controlada para compor três grupos experimentais: A suplementado com 0,1% de β-glucanos, B suplementado com 0,1% de um blend de prebióticos composto por MOS e β-glucanos e C - placebo, de modo que todos os grupos receberam a mesma dieta hidrolisada associada ou não aos prebióticos, durante 60 dias. Foram realizados hemogramas e exames bioquímicos de rotina e específicos, quantificação de lactato fecal e, para fins de acompanhamento dos sinais clínicos, foram aplicados dois escores de severidade de enteropatia canina específicos. As abundâncias observadas para cada filo e gênero foram avaliadas por modelo linear generalizado, considerando distribuição binominal e pelo emprego da função de ligação logit. O modelo incluiu efeitos fixos de grupos (A, B e C), tempos de avaliação (T0 e T60), interação entre estes, além do efeito aleatório de resíduo. Estas análises foram realizadas pelo procedimento PROC GLIMMIX do programa Statistical Analysis System. Valores de P<0,05 foram considerados significativos. Ao todo, foram identificados 10 filos, 17 classes, 48 famílias e 101 gêneros diferentes entre os três grupos experimentais. O filo, classe, família e gênero predominante entre os grupos foram, respectivamente, Firmicutes (24,30% - 99,79%), Clostridia (6,64% 97,39%), Lachnospiraceae (0,6% - 89,7%) e Streptococcus (0,02% - 90,19%). O tratamento com prebióticos modulou a população de diversos táxons em função do tempo, mas principalmente, modulou de forma positiva o filo Firmicutes e, somente o tratamento B controlou o crescimento de Collinsella. O tratamento com β-glucano melhorou o Shannon index, o que evidencia possível melhora da disbiose. Não foi observada diferença na concentração fecal de ácido lático entre os tratamentos. A suplementação com os prebióticos melhorou o Canine IBD activity index (CIBDAI; p= 0,0084). O presente trabalho verificou que a suplementação de 0,1% de β-glucanos na dieta de cães com DII, durante 60 dias, foi capaz de modular de forma positiva os microrganismos do trato gastrointestinal, bem como aumentou sua biodiversidade. (AU)

Processo FAPESP: 18/04574-5 - Microbiota e produtos de fermentação fecal de cães com doença inflamatória intestinal suplementados com beta-glucanos
Beneficiário:Andressa Rodrigues Amaral
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado