Estudos moleculares das vias de sinalização mTOR e... - BV FAPESP
Busca avançada
Ano de início
Entree


Estudos moleculares das vias de sinalização mTOR e TAU nas displasias corticais focais

Texto completo
Autor(es):
Marcella Gonçalves Mazutti
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de Ciências Médicas
Data de defesa:
Membros da banca:
Íscia Teresinha Lopes Cendes; Fábio Rogério; Ana Lúcia Brunialti Godard
Orientador: Fábio Rossi Torres; Íscia Teresinha Lopes Cendes
Resumo

As epilepsias constituem um dos grupos de doenças neurológicas graves mais frequentes, afetando de 1,5 a 2% da população mundial. Diversos tipos de malformações do desenvolvimento cortical (MDC) podem causar epilepsia e estão associadas à ocorrência de crises refratárias, incluindo a Displasia Cortical Focal (DCF). Esta se caracteriza por alterações citoarquiteturais, também observadas em outras MDC, como na Esclerose Tuberosa (ET) e na Hemimegaencefalia (HME). Semelhanças histológicas sugerem mecanismos patológicos comuns entre esses três distúrbios. A DCF, a ET e a HME também compartilham características relacionadas com uma sinalização anômala da via mTOR. Além da mTOR, há associação da via Tau com a DCF, decorrente da presença dos agregados de Tau, os quais também são identificados na doença de Alzheimer. Desta forma, sugere-se que a compreensão dos mecanismos patogênicos da DCF pode ser obtida através dessa relação com distúrbios similares. Já foi comprovada a relação entre ET, HME e mutações em mosaicismo. A identificação de mutações em estado de mosaicismo pode contribuir para o entendimento de doenças complexas, no entanto estas alterações não são detectadas pelo sequenciamento de Sanger. Sendo assim, a possibilidade de detectá- las pelas técnicas de sequenciamento de nova geração (NGS) representa uma nova perspectiva para a utilização desta tecnologia. Além das alterações de sequência no DNA genômico, também tem sido descritas alterações genômicas estruturais, denominadas de Copy Number Variations (CNV), estas variações estão associadas com diversos distúrbios neurológicos, que vão desde transtornos psiquiátricos até malformações do córtex cerebral, como a DCF. Alguns estudos já identificaram variações estruturais em pacientes com DCF e HME. . Portanto, o objetivo principal deste trabalho foi investigar se mutações em mosaicismo nos genes das vias mTOR e Tau, além de alterações estruturais (CNVs) que se localizam nestes e em outros genes, estão envolvidas com os mecanismos patológicos da DCF. Para tal, utilizamos como estratégia de sequenciamento o Deep Sequencing por next generation sequencing tecnology (NGS), sendo sequenciado o DNA genômico de tecidos cerebrais provenientes de cirurgia e do sangue periférico dos pacientes com DCF, para aferir se o mosaicismo é restrito ao Sistema Nervoso Central. A captura das regiões foi realizada com o Nextera® Expanded Kit (Illumina®) e as reações de NGS foram processadas em um Hiseq 2500. Para a identificação de CNVs, utilizamos o kit CytoScan HD (Affymetrix) seguindo recomendações do fabricante. As análises de CNVs foram realizadas com o software Chromosome Suite (Affymetrix). Realizamos os experimentos de sequenciamento descritos acima em amostras de quatro pacientes com DCF. Foi sequenciando o DNA extraído de tecido cerebral displásico e de sangue (DNA genômico) de cada um desses pacientes, e desta forma, identificamos um total de 758 alterações na via mTOR, sendo destas, 30 alterações em mosaicismo ¿ 13 presente apenas no tecido displásico e 17 presente apenas no sangue. Na via Tau, identificamos um total de 38 alterações, e destas, 7 estão em mosaicismo ¿ 4 presente apenas no tecido displásico e 3 presente apenas no sangue. Além disso, investigamos a presença de CNVs em seis pacientes, tanto no tecido cerebral contendo a DCF como no sangue. Foram identificados um total de 131 CNVs, 61 de ganho e 70 de perda, variando em um range de 100 ¿ 1.237kbp. Deste total, 13 CNVs ainda não foram descritas no banco de dados Database of Genomic Variants (DGV). Portanto, podemos concluir que nossos resultados demonstram claramente que mutações em genes da via mTOR e TAU estão presentes em estado de mosaico no tecido com DCF. Apesar de estudos adicionais que confirmem a relação causal entre essas mutações e a etiologia da DCF serem necessários, nossos resultados acrescentam dados importantes que apoiam as evidências atuais apontando a participação das vias mTOR e TAU na fisiopatogênese das DCFs (AU)

Processo FAPESP: 13/25782-1 - Estudos Moleculares das Vias de Sinalização mTOR e Tau nas Displasias Corticais Focais
Beneficiário:Marcella Gonçalves Mazutti
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado