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Análise genética populacional de Prosopis rubriflora Hassl. (Espinheiro) e Prosopis ruscifolia Griseb. (Algaroba) (Leguminosae, Mimosoideae) em áreas de Chaco brasileiro: Population genetics analysis of Prosopis rubriflora Hassl. (Espinheiro) and Prosopis ruscifolia Griseb. (Algaroba) (Leguminosae, Mimosoideae) in remnants of Brazilian Chaco

Texto completo
Autor(es):
Fábio de Matos Alves
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Biologia
Data de defesa:
Membros da banca:
Anete Pereira de Souza; Eliana Regina Forni Martins; Evandro Vagner Tambarussi; Elizabeth Ann Veasey; Valderês Aparecida de Sousa
Orientador: Ângela Lúcia Bagnatori Sartori; Anete Pereira de Souza
Resumo

As áreas de Chaco em território sulamericano, representam a maior área de floresta seca contínua do continente. No Brasil, estas áreas são encontradas principalmente na porção sudeste do domínio, no estado de Mato Grosso do Sul, região sul-pantaneira. Talvez por serem áreas de pouca cobertura, o seu conhecimento ainda é incipiente. Embora novos projetos tenham sido realizados nestas áreas nos últimos anos, a sua crescente supressão pelas atividades de pecuária extensiva tem sido preocupante. Não há na região qualquer tipo de Unidade de Conservação a fim de preservar o patrimônio genético das espécies que lá ocorrem, muitas das quais têm sua distribuição limitada a esta fitofisionomia. Desta forma, estudos que visem o conhecimento da variabilidade genética ainda existente, principalmente em áreas em processo de degradação são fundamentais para o conhecimento da atual situação das populações existentes, para indicar métodos de conservação, bem como a propor políticas públicas visando a manutenção e conservação do Chaco brasileiro. A fim de efetuar estimativas da diversidade genética, o uso de marcadores moleculares tem sido empregado em diversos estudos de populações nas diversas formações vegetacionais, principalmente no Brasil. Os microssatélites (SSRs), tem se mostrado uma ferramenta versátil e confiável. O presente estudo teve por objetivo efetuar um estudo genético populacional de Prosopis rubriflora e P. ruscifolia em áreas de Chaco brasileiro, com distintos níveis de perturbação antrópica e ainda, avaliar o sistema de reprodução, pelo uso de progênies, em P. rubriflora, com o emprego de microssatélites. Inicialmente foi construída uma biblioteca enriquecida em microssatélites para P. rubriflora e P. ruscifolia, empregando-se DNA genômico extraído de material foliar. Foram obtidos 21 marcadores microssatélites polimórficos, sendo nove deles para P. rubriflora e 12 para P. ruscifolia. Posteriormente, foram amostrados indivíduos de ambas as espécies em 19 áreas remanescentes de Chaco em Mato Grosso do Sul, com diferentes níveis de perturbação. Uma área aparentemente conservada na região foi selecionada para a amostragem das progênies de P. rubriflora em dois anos consecutivos de amostragem. A genotipagem foi efetuada por meio de sequenciador automático ABI 3500 Genetic Analyzers. Os resultados da genotipagem foram utilizados para estimar os parâmetros de diversidade genética, tendo eles sido similares em ambos os táxons, como o He = 0,59 em P. rubriflora e He = 0,60 em P. ruscifolia. Foi detectado efeito de gargalo populacional em todos os remanescentes de P. rubriflora e na maioria de P. ruscifolia. Constatou-se ausência de estruturação genética intrapopulacional em P. rubriflora (FIS = 0,042), bem como estruturação genética interpopulações moderada (FST = 0,057) resultante da nítida separação dos remanescentes de Nioaque e Porto Murtinho. Em P. ruscifolia foi encontrado, indícios de estruturação ao nível intrapopulacional, e baixa estruturação interpopulacional (FIS = 0,138 e FST = 0,042). Identificou-se que P. rubriflora apresenta um sistema de reprodução preferencialmente alógamo e deve apresentar mecanismos bastante efetivos para evitar a endogamia, principalmente, devido a maioria dos polinizadores apresentarem baixa dispersão entre as plantas. As duas espécies deste estudo apresentam respostas relativamente distintas às perturbações ambientais nas áreas chaquenhas, sendo que P. ruscifolia parece ser mais vulnerável às degradações em comparação a P. rubriflora. Assim, espera-se que estes dados sirvam de apoio para medidas conservacionistas para as áreas chaquenhas, que são extremamente diminutas em território brasileiro (AU)

Processo FAPESP: 10/51242-6 - Leguminosas lenhosas no chaco brasileiro: uma abordagem floristica, fitogeografica e genetica
Beneficiário:Fábio de Matos Alves
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado