Busca avançada
Ano de início
Entree


Dieta rica em fontes de fibras alimentares: efeitos sobre a mucosa gastrointestinal ulcerada de ratos

Texto completo
Autor(es):
Luciana Di Pietro Magri
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Biologia
Data de defesa:
Membros da banca:
Alba Regina Monteiro Souza Brito; Clélia Akiko Hiruma Lima; Valdemiro Carlos Sgarbieri; Flavia Maria Netto
Orientador: Alba Regina Monteiro Souza Brito; Miguel Arcanjo Areas
Resumo

Estudos têm relacionado o consumo de fibra alimentar, principalmente na forma solúvel, com o aumento da capacidade protetora das mucosas gástrica e duodenal. A polpa de laranja (PL), goma guar (GG) e a mistura (100:40) polpa de laranja/goma guar (PLG) foram utilizadas como fonte de fibras, e caracterizadas física e físicoquimicamente, apresentando as seguintes características: fibra total (82,6%, 71,1 % e 76,1%, respectivamente); GG apresentou predominância da fração solúvel (75%), enquanto PL e PLG apresentaram 32,2% e 32,6% de fração insolúvel, respectivamente. Os efeitos antiulcerogênicos da PL, da GG e da mistura PLG foram verificados em experimentos agudos de úlcera gástrica por etanol, indometacina, ligadura do piloro, e na úlcera crônica por ácido acético, além do modelo de úlcera duodenal por cisteamina. Também investigou-se o efeito da PL, GG e PLG na determinação de muco aderido à mucosa gástrica, na síntese de prostaglandina e sobre as concentrações plasmáticas de gastrina e somatostatina. As fontes de fibras foram fornecidas: 1) por gavagem, em dose simples de 160 mg/Kg (tratamento agudo) diluída em salina, anteriormente ao agente indutor de úlcera; 2) incluídas na dieta (20%) em detrimento ao amido, durante 30 dias (tratamento crônico). PL, administrada cronicamente, protegeu a mucosa gástrica apenas no modelo de ligadura do piloro (64%) e reduziu a taxa de mortalidade dos animais no modelo de cisteamina, enquanto que GG e PLG mostraram significante reparação no modelo de úlcera por ácido acético (37,3% e 39,4%, respectivamente), reduziram a incidência da úlcera duodenal (20% e 30%, respectivamente) e impediram a morte dos animais no modelo de cisteamina (0% para ambas). PL, administrada agudamente apenas inibiu lesão gástrica no modelo de indometacina (30%) e reduziu área da lesão intestinal no modelo de cisteamina (87,5%), enquanto que GG e PLG, apresentaram significativa proteção gástrica nos modelos de etanol (67,8% e 50,7%, respectivamente), indometacina (81,3% e 83,4%, respectivamente) e ligadura do piloro (67% e 58%, respectivamente). GG e PLG também produziram alteração significativa na secreção gástrica (aumento de 358% e 260%, respectivamente), no pH (aumento de 212% e 157%, respectivamente) e na concentração total de ácido (redução de 30% e 54%, respectivamente); entretanto, frente ao agente cisteamina, a PLG não ofereceu proteção significativa, e a GG reduziu em 68.8% a área da lesão ulcerativa. GG e PLG aumentaram significativamente a síntese de prostaglandina na mucosa gástrica (38% e 37%, respectivamente), assim como a concentração do muco cito protetor (84% e 40%, respectivamente). GG e PLG promoveram ainda significante redução (80%) nos níveis plasmáticos de gastrina e aumento nos níveis de somatostatina (210% e 300%, respectivamente). A análise morfológica dos estômagos dos ratos submetidos à tratamento crônico de dietas com GG e PLG não mostrou alterações significativas, enquanto que a PL reduziu em 42% a espessura da camada muscular gástrica em relação à dos animais controle. O número de células secretoras de muco da região gástrica foi significativamente maior nos animais que consumiram dietas ricas em GG e PLG (32,5% e 37,3%, respectivamente). A análise do duodeno mostrou que a fibra GG provocou aumento significativo de duas vezes na camada mucosa e submucosa do duodeno, enquanto que PL e PLG não produziram alterações significativas em nenhuma das camadas. O intestino grosso apresentou a camada muscular significativamente reduzida nos animais que ingeriram PL, GG e PLG (27,5%, 38,8% e 62,3%, respectivamente), enquanto que as vilosidades só apresentaram aumento significativo nos animais que receberam GG e PLG (145,7% e 197,7%, respectivamente). As demais camadas (mucosa e submucosa) não sofreram alterações significativas na presença das fibras em estudo. Em conclusão, os efeitos antiulcerogênicos das fibras GG e PLG devem-se, a um sinergismo entre ação mecânica local, aumento nos fatores de proteção da mucosa (muco, prostaglandina e somatostatina) e redução do fator agressivo da mucosa (ácido clorídrico) (AU)

Processo FAPESP: 00/01397-1 - Efeito de diferentes tipos de fibras da dieta sobre as mucosas gástrica e duodenal de ratos Wistar adultos submetidos a processos ulcerogenicos distintos
Beneficiário:Luciana di Pietro Magri
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado